Para o meu Amigo José António Saraiva. Mestre de escrita e rigor analítico. Exemplo ético e moral.
Roubo o título a um texto sugestivo e bem documentado de Carlos Matos Gomes a que tive acesso no Facebook. Embora no caso vertente eu pense que o propósito dos que promovem este rearmamento seja apenas desviar a atenção das dificuldades que enfrentam internamente, caso de Macron, ou assegurar os salários chorudos e as muitas mordomias, caso dos senhores da União. Um modelo de União que não deverá durar muito.
A propósito, talvez venha a propósito recordar a História, como faz ainda Carlos Matos Gomes: «Rearmar significa voltar a uma situação anterior». Ora, «o último armamento da Europa ocorreu nos anos 30 do século XX, conduzido pela Alemanha, uma grande potência industrial e militar, com o objetivo de derrotar a União Soviética, e custou 60 milhões de mortos, a derrota da Europa, a sua divisão em duas zonas de sujeição». Hoje a Europa que von der Leyen quer rearmar está na cauda do desenvolvimento tecnológico – está de facto «10 a 20 anos atrasada relativamente aos Estados Unidos, à Rússia e à China».
Hoje, rearmar quererá apenas dizer que a presidente alemã da Comissão Europeia se propõe hipotecar duas ou três gerações com um endividamento de 800 mil milhões de euros!
Acresce que este rearmamento é uma treta, e mesmo que fosse víável, e não é – desde logo, onde estão as matérias primas necessárias? –, não estaria operacional, digamos, antes de dez anos! Se forem para alguma coisa, os 800 mil milhões serão afinal para comprar armamento… aos Estados Unidos. E, claro, para pagar mais burocracia. Isto no caso dos Europeus estarem dispostos a aceitar mais este saque aos seus recursos.
Repare-se no desprezo que essa gente tem pela inteligência dos cidadãos. Por um lado, tentam impingir-nos a treta de um perigo russo, a ameaça de um império russo dos Urais às Berlengas. O senhor Macron, que em casa cede perante o perigo real que é o Islamismo, grita que: «A França está ameaçada pela Rússia!». Por outro lado, sustentam contraditoriamente que a exangue Ucrânia conseguirá vencer essa Rússia. Mesmo que para isso tenham de sacrificar os ucranianos todos.
Perante o corte do apoio militar dos Estados Unidos, só resta aos irresponsáveis donos da União, ávidos de lucrativo protagonismo, continuar a dar criminosas palmadinhas nas costas de Zelensky. Patifes!