No meio do lixo e das banalidades que inundam o Facebook, surgem também, em cima do acontecimento, comentários sagazes, em textos de escrita enxuta. Resgato hoje ao efémero das redes sociais três pequenos textos certeiros e um autor, o meu Amigo Adelino Carvalho..
- Conselheiros de Estado
O Conselho de Estado é um órgão institucionalmente importante, de aconselhamento ao Presidente, que, em princípio, é constituído pela elite da política e sociedade portuguesas: ex-Presidentes, primeiro-ministro e presidentes das regiões autónomas, presidentes dos tribunais superiores, representantes escolhidos pelos 3 maiores partidos, escolhas da AR e escolhas do PR.
Há uma regra, não sei se escrita se consuetudinária, que as reuniões, discussões, os assuntos tratados, o que nele se discute, está protegido pela confidencialidade e a revelação do que é discutido, depende da autorização do Presidente da República.
O jornal Observador noticiou no próprio dia da última reunião, algumas discussões que houve, que conheceu por uma ‘fonte’. E isto não é inédito.
Como a fonte só pode ser algum dos participantes, conclui-se que, pelo menos há uma pessoa dessa ‘elite’, que não tem caráter. - Se podes complicar, porquê fazer simples?
A Europa anda a discutir o pós-acordo que o Trump e o Putin vão fazer sobre a Ucrânia. As coisas são o que são e não o que gostaríamos que fossem. Não tendo papel relevante nas negociações, os líderes europeus estudam a participação na garantia, que a Ucrânia legitimamente precisa, de que a Rússia vai respeitar o que vier a ser acordado.
No final da cacofonia, com a Kallas a pensar nada menos que numa derrota militar da Rússia (convinha-lhe estudar a História, podendo limitar-se, para não ter muito trabalho, aos capítulos Napoleão e Hitler), com Macron a procurar ser o novo Bonaparte, Orbán a estragar unanimidades, e a Ursula e o Costa a serem eles próprios, a conclusão final parece ter sido estabelecer, pelo tempo necessário uma força militar com tropas no terreno, na fronteira Ucrânia /Rússia,
Até que apareceu a ideia sensata da Giorgia Meloni sugerindo que em vez de tudo isso, bastava que a Ucrania, continuando fora da NATO, em caso de incumprimento da Rússia, beneficiasse do artigo 5.º – um ataque a um país é um ataque a todos. - O efeito dissuasor é o mesmo nas duas opções.
- Na negociação de paz que vier a ser feita, não é mais difícil a Rússia aceitar a sugestão Meloni que a força militar na fronteira.
- O custo duma força militar permanente é de muitos milhões de euros, talvez centenas de milhões, por ano e a segunda é de custo zero.
Conheci na vida muitas pessoas que não tomam decisões sem ligar o complicómetro, quando há soluções simples. São um perigo.
Matemáticas e Comentadores
Luís Costa Ribas está agora na CNN a dizer que o Elon Musk doou para a campanha eleitoral de Trump 280 milhões de dólares, ‘10% do PIB português!’.
Deve ter tido explicações de matemática com o Eng. Guterres: a verba que indicou é aproximadamente 1/1000, (um milésimo), do nosso PIB! l