O artista plástico António Colaço ‘armou’ uma chaimite, em homenagem ao 25 de Abril, com “mísseis de arte” contra as guerras.
“Palavril”, que junta Palavra e Abril, é o nome com que António Colaço batizou a chaimite que, em 2019, esteve exposta em frente à Assembleia da República em homenagem ao 25 de Abril de 1974, aos “capitães de Abril” e para lembrar o dia de “libertação da palavra amordaçada”.
A chaimite, transformada pelo artista e ex-assessor de imprensa do PS, está agora numa rotunda de Mação, distrito de Santarém, de onde António Colaço é natural.
O carro de combate está ‘armado’ com canudos de papel, pintados, caligrafados e com cravos vermelhos.
Em declarações à agência Lusa, o artista disse acreditar que “cabe à arte tomar parte no combate aos perigos que democracia enfrenta”.
António Colaço explicou que quis criou a Palavril como um “instrumento interventivo e denunciador dos perigos que espreitam a deriva ditatorial de Trump e daqueles que arrasta no seu encalce, Putin e Elon Musk”.
Outra particularidade da obra é o facto de o artista ter aproveitado os canudos de rolos de papel para marquesa – de uma clínica de fisioterapia que frequenta depois de ter tido um AVC – que, assim, em vez de irem para o lixo, foram pintados e caligrafados.
Estes ‘mísseis’ de cartão, segundo contou à agência Lusa, serão colocados dentro de uma caixa acrílica, transparente, em forma de “canudos, caligrafados, como que carregando palavras”, simbolizando “mensagens da paz com que se quer fazer guerra à anunciada e assassina guerra”.
‘Palavril’ foi a forma de António Colaço, ele próprio militar de Abril, prestar tributo à “data gloriosa”, dia de “libertação da palavra amordaçada” em 25 de Abril de 1974.