OTik Tok tem criado modas. E que modas! Há mesmo quem lhes chame febre. É difícil perceber onde e como começou a tendência que tem colocado miúdos e graúdos a colorir desenhos simples e fofinhos em todo o mundo. No entanto, sabemos que rapidamente chegou a Portugal, com milhares de usuários dessa rede social a aderirem ao Colourtok — a comunidade no Tik Tok onde cada um mostra os seus cadernos de colorir, canetas e resultados finais. O objetivo? Relaxar e mantermo-nos longe das tecnologias.
Diogo Simeão, de 29 anos, tem uma conta no Tik Tok, mas apenas para seguir outras pessoas. Ou seja, não publica nada. «A minha primeira experiência com a febre dos livros de pintar no TikTok aconteceu há cerca de um ano e meio. Na altura, a tendência ainda não tinha chegado propriamente a Portugal, embora já estivesse a ‘viralizar’ intensamente nos EUA», conta à LUZ. «Como sabemos, quando começamos a consumir determinado conteúdo nas redes sociais, o algoritmo passa a fornecer-nos sistematicamente essa temática. E foi exatamente isso que aconteceu comigo», explica.
Após assistir a vários vídeos sobre o tema, decidiu experimentar a trend e comprou um livro e um pack de canetas à base de álcool para testar. «Não me arrependo minimamente. O que torna o processo tão relaxante e terapêutico são os movimentos repetitivos, a liberdade criativa sem restrições e, claro, o conforto de desligar dos estímulos tecnológicos. É um momento de foco que nos permite escapar ao stress do quotidiano», partilha.
Um ‘vício’ disponível para todos os bolsos
Segundo Diogo Simeão, não é difícil cair no vício e começar a adquirir mais livros. «Os preços variam entre sete e dez euros, especialmente se falarmos de marcas como a Cozy Friends. As canetas, também têm preços variados, dependendo da marca e da quantidade, mas existem opções para todos os bolsos», detalha.
Nos desenhos da coleção Cozy Friends – da equipa Coco Wyo –, vemos ilustrações, simples e feitas à mão que retratam animais fofinhos e amigáveis em situações quotidianas, como se fossem seres humanos: tricotar, relaxar, ler na cama, ir à mercearia, dobrar roupas, tomar banho, lavar os dentes, etc.
«Somos uma pequena equipa com um sonho aconchegante. É aí que começa a nossa jornada. Somos uma mistura de almas alegres: artistas, coloristas, editores e profissionais de marketing (…) Diferentes? Sim! Mas todos nós partilhamos a crença no poder de cura da arte», apresentam-se no seu site. «Criamos estes livros de colorir para oferecer conforto e relaxamento a pessoas como nós (…) Desenhados à mão com amor e cuidado, projetados para criar uma experiência relaxante, estes livros são apreciados gentilmente, ajudando-te a encontrar um momento aconchegante em cada pequeno detalhe», promete a equipa. Além disso, na página oficial, a Coco Wyo ensina a pintar e a fazer alguns efeitos com as canetas: o efeito de um chapéu de palha, o musgo numa árvore, um campo de flores, efeitos de ferrugem, balões, vitrais, espelhos, tijolos, efeito de água na piscina, telhas antigas, gotas de água nas folhas, etc.
Atualmente, o jovem tem cerca de quatro livros e dois packs de canetas. No espaço de mais de um ano, o gasto total ronda os 200 euros.
«Este hobby já faz parte do meu quotidiano. Ao final do dia, após o trabalho e os afazeres domésticos, dedico-me à pintura, um momento para relaxar e descontrair. Combinado com a leitura, tem sido uma excelente forma de afastar os estímulos externos e ajudar a combater as minhas insónias», conta.
Além disso, continua, «existem várias comunidades nas redes sociais onde os utilizadores partilham as suas obras e trocam dicas e ideias criativas». «Ou seja, para além do momento íntimo de introspeção, também temos a oportunidade de conhecer novas pessoas com o mesmo interesse e partilhar experiências».
Para si, tem sido um processo de aprendizagem constante. «Ver a minha evolução a cada pintura concluída é extremamente gratificante e prazeroso. Como mencionei, este hobby já faz parte do meu dia a dia há mais de um ano, e tenho a intenção de continuar a praticá-lo enquanto ele continuar a ser tão positivo para mim», admite.