Rui Rocha e Rui Tavares divergiram este domingo em relação a impostos, a formas de colocar o país a crescer e ao papel do estado na economia no debate, transmitido pela CNN, para as legislativas entre Iniciativa Liberal e Livre.
O presidente da Iniciativa Liberal explicou que o partido tem “sentido de responsabilidade” e não quer descer todos os impostos, preferindo descer o IVA da construção – “apostamos claramente na descida do IVA e na simplificação dos processos” – , IRS ou IRC.
Sobre o IRC, diz que aumentar salários tem de ser um desígnio e por isso é preciso fazer “tudo o que for possível para atrair investimento estrangeiro”. E é a única forma de dizer aos jovens que há possibilidade de ficar em Portugal de forma sustentável, “Queremos que haja muitas grandes empresas e que as grandes venham para Portugal, muito mais empresas a pagar IRC”.
Antes, tinha acusado o líder do Livre de defender a descida do IVA e do IRS, mas depois não apresentar números, respondendo Rui Tavares que é preciso esperar para ver o que acontece na economia global e lembrou que o Livre apresentou uma “proposta para que nenhum primeiro-ministro gaste o superávite sem que isso seja aprovado pelo Parlamento.”
Sobre não ter contas, Rui Tavares garante que é por não saber qual é o “cenário macroeconómico” lembrando a incerteza causada pelas tarifas anunciadas pelo presidente dos EUA e uma possível “recessão económica global”.
Sobre o plano do Governo para responder às tarifas de Trump, Rui Tavares diz que “Luís Montenegro tem muito jeito para propaganda” e que “talvez devesse abrir consultadoria nessa área, porque tem muito jeito”, voltando a defender que deve haver “orçamento retificativo” para responder às tarifas.
Por seu lado, e sobre este pacote de apoio do Governo, Rui Rocha defende que tudo está ainda muito “volátil” e que parece um anúncio “eleitoralista”, e que em momentos como este parece “óbvio” que deve haver medidas de apoio para as empresas, mas “talvez valesse a pena esperar algum tempo para ver como as coisas evoluem”.
Rui Tavares voltou a falar da proposta de 5.000 euros para cada bebé nascido em Portugal, mas sem dizer quem tem direito: “Nós achamos que todos os portugueses são nossos filhos e filhas. Temos de ter políticas inovadoras que ajudem as pessoas a entrar no mercado de trabalho”, acrescentando que as “as propostas do Livre têm todas financiamento na taxação”.
Rui Rocha devolveu com a acusação que a proposta do Livre é “financeiramente irresponsável e socialmente injusta”, argumentando que Portugal precisa muito de capital e riqueza: “Isto diz: se puderem tirem o património daqui, porque vai ser tributado”.
Além disso, acrescenta, os jovens da classe média estão “depauperados” e em “enormes dificuldades” e o Livre propõe “entregar uma prenda de 5 mil euros em dívida soberana a todos os recém-nascidos”, em vez de resolver problemas urgentes.