O debate começou com a questão da legitimidade do líder do CDS para representar a AD no confronto com o PAN. Sousa Real vinha preparada para perder tempo com essa discussão, mas não teve sorte. Nuno Melo não quis perder tempo com isso e avançou rapidamente para o discurso que tinha preparado: elencar os resultados positivos de um governo com apenas 11 meses. A estratégia resultou, diante de uma Inês Sousa Real que vinha preparada para os argumentos habituais: elencar as propostas que apresentou no parlamento e acusar o governo de Montenegro de ter abandonado a causa animal e a proteção do clima.
Mas Nuno Melo tinha o guião bem preparado para desferir os piores ataques ao PAN, quando a sua adversária já tinha pouco tempo e poucos argumentos para responder. À boleia do tema da habitação, Melo puxou do tema da imigração para acusar Sousa Real de ser culpada pelo aumento do número de sem abrigo em Portugal, a líder do PAN ficou sem resposta a repetir os argumentos que tinha preparados. Mesmo no final, novo golpe fatal do ministro da defesa, quando recordou declarações de um dirigente do PAN sobre famílias numerosas, oportunidade para Melo acusar o PAN de ser contra as famílias em favor dos animais. Foi o KO final num debate para o qual Inês Sousa Real não estava claramente preparada. Nem o tema final das touradas e da caça veio em seu auxílio, Nuno Melo já se tinha encarregado de fazer todos os estragos