O presidente do PSD afirmou este domingo que a ausência ou redução de reembolso de IRS é “por uma boa razão”. Luís Montenegro defende retenções do imposto mais próximas daquilo que vier a ser cobrado.
“Há portugueses e portuguesas que têm hoje uma realidade que não é a melhor, é verdade. O reembolso não é exatamente o mesmo que era antes, mas é preciso que nós digamos com seriedade que é por uma boa razão”, disse Montenegro.
Na sua intervenção no encerramento do encontro dos cabeças de lista da AD na Curia, concelho de Anadia, o atual primeiro-ministro defendeu que irá sempre tentar “que as retenções do imposto sobre o rendimento do trabalho [IRS] sejam o mais próximas possível daquele que é o imposto que é expectável que venha a ser cobrado”, aquando do reembolso.
Segundo Luís Montenegro, a redução das taxas de retenção explicam que haja hoje portugueses que, após a entrega da declaração do IRS, se deparem com uma redução ou ausência do reembolso que seria expectável.
Para o presidente do PSD, o Governo, ao alterar as taxas de retenção na fonte, “decidiu ser mais transparente e decidiu ser mais justo com os contribuintes” uma vez que “aquilo que não é justo é que nós, por regra, fiquemos com mais do que aquilo que vamos cobrar, e que vai inibir a pessoa ao longo do ano de ter o rendimento que verdadeiramente é seu”.
Para Luís Montenegro, citado pela agência Lusa, a situação anterior punha “os contribuintes a financiar e a emprestar dinheiro ao Estado que é deles”, referindo que, mesmo que alguns digam que isso poderá ser considerado uma poupança, “é uma poupança forçada”.
“As pessoas têm o direito a ter rendimento que é delas e o dinheiro que é delas. A política deste Governo é esta. […] Se aquilo que o PS quer dizer quando chama a isto de truque é que vai reter mais dinheiro aos contribuintes portugueses do que aquele que depois tenciona cobrar no final do ano, então tenham a coragem de dizer isso aos contribuintes portugueses e digam assim: ‘Nós vamos aumentar as tabelas de retenção na fonte do IRS daqui para a frente’”, afirmou.
Antes, Luís Montenegro tinha acusado o secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, de não ser coerente, ao afirmar que aquele partido tinha defendido uma baixa de IRS e das taxas de retenção, acusando os socialistas de defenderem “uma coisa e o seu contrário”.