Os comportamentos do PS e do PSD destroem a democracia

Tantas vezes falam no exemplo de Mário Soares e Sá Carneiro, e comportam-se como destruidores desse exemplo

O golpe de Estado de 25 de Abril de 1974, trouxe-nos o melhor que qualquer cidadão ambiciona, democracia, liberdade de expressão e igualdade nas leis e oportunidades. Já ultrapassou meio século e pouco importa as origens, mulher ou homem, pobre ou rico, todos temos os mesmos direitos de poder ocupar todos os lugares consagrados na Constituição.

O golpe de Estado, também nos trouxe a formação e legalização de partidos políticos e com eles a nossa escolha em eleições livres, para nos representarem nos diversos órgãos de soberania, Assembleia da República, Governo, autarquias locais e também o direito de escolher o Presidente da República através do voto.

O golpe de Estado, trouxe-nos reconhecimento internacional. Portugal passou a ser parceiro de pleno direito das maiores organizações internacionais e com personalidades portuguesas a dirigir essas organizações. O golpe de Estado, deu-nos a democracia, mas também nos deu os primeiros grandes líderes políticos que infelizmente todos eles já partiram para a eternidade, mas continuam presentes como referência na nossa formação política e intelectual. Lembrar Mário Soares, Francisco Sá Carneiro ou Freitas do Amaral, que tudo fizeram para a democracia ser consolidada, e também lembrar Álvaro Cunhal, que regressou a Portugal e ao contrário destes, pretendeu substituir o golpe de Estado democrático por um regime ditatorial comunista.

O golpe de Estado de 25 de Abril de 1974, foi e será sempre um golpe militar de sucesso. Ao referir os primeiros líderes partidários após a revolução, também não podemos esquecer, os militares que participaram na queda da ditadura, tendo como figura cimeira na consolidação da democracia o General Ramalho Eanes, primeiro Presidente da República eleito com apoio partidário de PS, PPD/PSD e CDS.

O golpe de Estado militar do 25 de Abril de 1974, conduzido pelo Movimento das Forças Armadas (MFA) que deu origem ao Conselho da Revolução, constituído por militares, um órgão do Estado português com poderes político – legislativos e jurisdicionais e a sua institucionalização como órgão de soberania e consagrado na Constituição de 1976, sendo extinto em 1982 na primeira revisão Constitucional, e a entrega definitiva do poder à sociedade civil, nomeadamente aos partidos políticos. 

O golpe de Estado, sendo uma ação revolucionária militar para derrubar uma ditadura, acabou por ser pacifica e a transição foi um sucesso. Felizmente os vários Presidentes da República, um militar Ramalho Eanes e os civis Mário Soares, Jorge Sampaio, Cavaco Silva e o atual Marcelo Rebelo de Sousa, têm respeitado, cumprindo e fazendo cumprir a Constituição da República. Também, primeiros–ministros tiveram um comportamento digno da nossa democracia, Mário Soares, Sá Carneiro, Cavaco Silva, António Guterres, Passos Coelho, António Costa e outros. 

O golpe de Estado, ainda com o Conselho da Revolução, trouxe entendimentos entre os dois maiores partidos PS e PPD/PSD, e quem ganhava as eleições mesmo ficando em minoria, governava e no primeiro orçamento era viabilizado pelo outro partido. E hoje qual é o entendimento destes dois líderes do PS e PPD/PSD? Tantas vezes falam no exemplo de Mário Soares e Sá Carneiro, e comportam-se como destruidores desse exemplo. Com as suas táticas e incapacidades políticas e intelectuais, vêm com moções de censura e moções de confiança que nada resolve, e Portugal continua a sofrer com os seus devaneios. Com o vosso procedimento, não se admirem que o golpe de Estado que nos trouxe a democracia em breve volte a ser mais uma ditadura.