Bruxelas suspende contramedidas às tarifas dos EUA ao aço e alumínio

A resposta comunitária agora suspensa abrange 21 mil milhões de euros de exportações dos EUA

As contramedidas anunciadas pela União Europeia (UE) para responder às tarifas impostas pelos EUA ao aço e alumínio comunitários estão suspensas entre esta segunda-feira e 14 de julho. O objetivo é permitir negociações, oficializou a Comissão Europeia (CE). 

“A União Europeia suspendeu as suas contramedidas em relação às tarifas comerciais injustificadas impostas pelos Estados Unidos, a fim de dar tempo e espaço para as negociações entre a UE e os EUA”, anunciou em comunicado o executivo comunitário. 

A CE, que detém a competência da política comercial no espaço comunitário, adotou hoje — uma semana após o anúncio de tal suspensão, que se deveu à pausa temporária norte-americana na aplicação de tarifas recíprocas de 20% à UE — dois atos jurídicos que impõem e suspendem as suas contramedidas, com efeito até 14 de julho deste ano.

No total, a resposta comunitária agora suspensa abrange 21 mil milhões de euros de exportações dos EUA. Além destas, “prosseguem os trabalhos preparatórios sobre outras contramedidas da UE” que possam vir a ser adotadas.

Para Bruxelas, as novas tarifas de Washington são “injustificados e prejudiciais, correndo o risco de causar danos económicos a ambas as partes, bem como à economia mundial”.

A UE prefere dialogar com o seu parceiro transatlântico e, por isso, o comissário europeu do Comércio, Maros Sefcovic, está em Washington para reuniões com os seus homólogos norte-americanos a fim de explorar o terreno para uma solução negociada.

Cálculos da Comissão Europeia dão conta de que as novas tarifas norte-americanas  podem implicar perdas de 0,8% a 1,4% no Produto Interno Bruto (PIB) dos EUA até 2027.No caso da UE, esta percentagem é de 0,2% do PIB. 

No pior cenário – se as tarifas forem permanentes ou se houver outras contramedidas -, as consequências económicas serão mais negativas, de até 3,1% a 3,3% para os EUA e de 0,5% a 0,6% para a UE.

Em termos globais, o executivo comunitário estima uma perda de 1,2% no PIB mundial e uma queda de 7,7% no comércio mundial em três anos.