Páscoa: Escolhas já não são as mesmas mas turismo continua a sorrir

Esta é uma altura importante para o turismo nacional. Os números satisfazem os responsáveis do setor, ainda que as preferências tenham mudado. Portugueses e estrangeiros continuam a adorar Portugal.

A Páscoa continua a ser uma época muito importante para o turismo nacional e ainda que portugueses e estrangeiros tenham mudado as suas preferências principalmente desde a altura da pandemia, o setor continua a ter motivos para festejar nesta altura e os números estão cada vez melhores.

Lisboa: ‘Ocupação quase completa’

Em Lisboa, Carla Salsinha, presidente da Comissão Executiva da Entidade Regional de Turismo da Região de Lisboa, refere que desde a pandemia «temos notado uma maior procura pela natureza e experiências ao ar livre que permitam uma maior liberdade de movimentos e um contato direto com a natureza», dando destaque para os percursos pedestres, o cycling, os desportos náuticos, o enoturismo e as caminhadas. «Embora Lisboa, como polo agregador, continue a ser um ponto de destino por excelência, pela história e pelos locais emblemáticos que oferece», acrescenta.

A responsável acrescenta ainda que se nota uma mudança pelas preferência sque que começa a «haver uma procura por experiências e visitas noutros municípios que permitem o contato com outras ofertas», como é o exemplo de Almada, Setúbal e Sesimbra «que começam a ser destinos com uma oferta crescente, o que permitirá aumentar o número de estadias num futuro próximo».

Quanto à taxa de ocupação, Carla Salsinha diz que é muito similar à de 2024, ou seja, «quase ocupação completa», uma vez que a Páscoa «é uma época com uma estabilidade em termos da ocupação».

A nível de nacionalidades, destacam-se os americanos e os canadianos, «que cada vez procuram mais o nosso país, mas em termos da Páscoa, os espanhóis são indiscutivelmente a grande referência».

E existem ainda as reservas de última hora. «Por ser uma época muito visitada por espanhóis e por ser uma época de tradição e família existe sempre um número significativo de reservas de última hora», diz Carla Salsinha.

‘Importância no arranque da época do Algarve’

O mesmo entusiasmo vem do Algarve. André Gomes, presidente do Turismo do Algarve, garante ao Nascer do SOL que a Páscoa «tem vindo a ganhar importância como arranque da época alta no Algarve» e que desde a pandemia que a região notou «mudanças claras no comportamento dos turistas» que procuram mais experiências ao ar livre, valorizam atividades culturais e, acima de tudo, querem sentir que estão num destino autêntico e seguro. «Temos assistido a uma procura mais diversificada dentro da região, assim como por alojamentos que oferecem flexibilidade e garantias em caso de alterações de última hora. A sustentabilidade também passou a pesar mais na escolha do destino», diz André Gomes.

É que a pandemia trouxe claramente mudanças naquilo que se procura. Antes, segundo André Gomes, havia uma maior procura pela oferta turística mais convencional. «Agora vemos visitantes mais atentos ao que cada local tem para oferecer e valorizam as tradições, a gastronomia, o património e os eventos da Semana Santa, como as procissões e as festas religiosas», destacando que há um interesse crescente em combinar descanso com uma componente cultural. 

No que aos destinos diz respeito, o responsável defende que Albufeira continua a liderar pela sua capacidade de alojamento e oferta diversificada. Mas há outros que se destacam como é o caso de Quarteira, Vilamoura, Portimão, Lagoa, Lagos e Tavira, «cada um com o seu perfil de visitante — uns mais orientados para famílias, outros com uma vocação mais marcada para o turismo de luxo ou cultural». Destaque ainda para as zonas do interior e do barrocal «que, nesta altura da Páscoa, ganham especial visibilidade com festas como a das Tochas Floridas, em São Brás de Alportel, ou a da Mãe Soberana, em Loulé».

Quanto à taxa de ocupação, não há dúvidas que o setor está «bastante otimista», uma vez que é esperada uma taxa de ocupação acima dos 80% e alguns hotéis, especialmente na região de Albufeira, já registam mais de 90% de reservas. «No total do mês de abril, as principais associações do setor preveem um crescimento até 10% face a 2024», diz André Gomes, lembrando que o facto de a Páscoa calhar três semanas mais tarde este ano também ajuda, «porque alinha melhor com o bom tempo e com os feriados que se lhe seguem». 

A nível de nacionalidades, o mercado nacional continua a ser o principal nesta altura para o Algarve, ainda que o mercado britânico seja também uma grande ajuda. Mas há também uma presença forte de turistas espanhóis, alemães e franceses. 

Destaque para Beiras e Serra da Estrela 

No Centro, a Páscoa «é uma altura importante para o turismo nacional», como diz ao nosso jornal o Turismo do Centro, lembrando que também tem notado diferenças ao longo dos anos  .«Desde a pandemia observou-se uma mudança no comportamento dos viajantes, com um interesse crescente por destinos menos massificados e mais ligados à natureza e autenticidade. Esta tendência veio para ficar e tem beneficiado bastante a diversidade territorial do Centro de Portugal».

É que os turistas estão cada vez mais atentos à experiência global da viagem e a pandemia «veio acelerar esta valorização dos territórios menos explorados e mais sustentáveis». Nesta Páscoa, o Turismo do Centro nota «ligeiras oscilações nas preferências entre alguns territórios da região, mas a procura mantém-se elevada nos destinos do interior», com destaque para o território da região Beiras e Serra da Estrela que é a que apresenta taxas de ocupação mais elevadas, comparando com o período homólogo do ano passado.

No que diz respeito à taxa de ocupação, com base numa amostra representativa de cerca de 26% das camas instaladas na região Centro de Portugal, a taxa de ocupação média garantida para a sexta-feira e sábado de Páscoa ronda os 63%. E é preciso esperar pelas reservas de última hora que, normalmente, trazem bons valores.