Uma funcionária de um ginásio em Paris morreu e uma cliente ficou gravemente ferida após uma fuga de nitrogénio durante uma sessão de crioterapia. O acidente aconteceu na segunda-feira à tarde.
“Uma autópsia e análises toxicológicas foram ordenadas para determinar com precisão a causa da morte, que aconteceu durante uma sessão de crioterapia”, afirmou esta terça-feira a Procuradoria de Paris à agência France Press (AFP).
A polícia, em conjunto com a inspeção do trabalho, abriu uma investigação, cujos primeiros elementos apontam para uma fuga de nitrogénio da cabine de crioterapia.
O método, chamado de “terapia do frio”, consiste em colocar uma pessoa durante dois ou três minutos em banheiras de água gelada ou em câmaras de nitrogénio onde a temperatura está abaixo de -110°C.
Originalmente destinado a atletas de alto rendimento para prevenir dores musculares após exercícios, também é aplicado para aliviar doenças inflamatórias ou neurológicas, sendo utilizado inclusive mesmo sem qualquer contexto patológico.
Nos últimos anos, esta prática tornou-se moda, depois de vários atletas falarem sobre ela durante os últimos Jogos Olímpicos. Nas redes sociais, em especial no TikTok, muitos influenciadores promovem o uso de banhos com água gelada.
No entanto, “o gelo é frequentemente usado para benefícios não comprovados”, como referido num artigo de 2024 no British Journal of Sports Medicine, que alertou sobre o alto custo ambiental desse método.
Vários estudos, citados pelos defensores da crioterapia, enfatizam os seus benefícios, mas são de baixa qualidade, conforme observado na análise de 2019 do Instituto Francês de Saúde e Investigação Médica.