O secretário-geral do Partido Socialista (PS) afirmou esta terça-feira “estranhar a coincidência e o momento da divulgação” da abertura de uma averiguação preventiva por parte do Ministério Público sobre a aquisição de dois imóveis.
“Foi com surpresa que soube pela imprensa da abertura de uma averiguação preventiva por parte do Ministério Público com base em denúncias anónimas. Estranho, como todos os portugueses, a coincidência e o momento da divulgação da notícia”, afirmou Pedro Nuno Santos em conferência de imprensa.
O secretário-geral do PS lembrou que já foi “escrutinado” sobre o tema em 2023 e sublinhou que “os políticos têm de estar disponíveis para o escrutínio”.
“Quando um político evita a todo o custo o escrutínio, a desconfiança aumenta. Não é o meu caso. Estamos a falar de notícias que vieram a público durante a última campanha para as legislativas. Na altura, respondi ao Correio da Manhã, ao Observador e à Sábado. Emiti direitos de resposta quando assim foi necessário”, destacou.
“Não escondi contas, revelei contas conjuntas, revelei tudo. Até as contas do meu filho de oito anos. Sempre fui transparente. Não tenho medo do escrutínio do MP e dos portugueses, ao contrário de Luís Montenegro. Não vou simular como Montenegro, amanhã a documentação estará disponível no site”, afirmou.
Pedro Nuno Santos afirmou que “gostaria, já a partir de amanhã, de ser ouvido pelo Ministério Público” porque “quem não deve, não teme” e “quem não, teme não foge”.
“Amanhã, a documentação estará disponível no site”, anunciou também.
Recorde-se que o Ministério Público (MP) abriu uma averiguação preventiva na qual é visado Pedro Nuno Santos. Em causa estão suspeitas relacionadas com a aquisição de um imóvel em Lisboa e outro em Montemor-o-Novo.
A PGR indicou que “estas ações de prevenção estão previstas na Lei 36/94, de 29 de setembro”, de Medidas de Combate à Corrupção e Criminalidade Económico-Financeira.
A 12 de março, o procurador-geral da República esclareceu, a propósito da abertura pelo MP de uma averiguação preventiva relacionada com o primeiro-ministro e a empresa da família de Luís Montenegro (PSD), que este tipo de procedimento visa avaliar se existem elementos para avançar com a abertura de um inquérito.
Amadeu Guerra acrescentou que uma averiguação preventiva é baseada em informações obtidas em fontes abertas e pedidos de dados a várias entidades. “Não são meios intrusivos”, acrescentou.