Até 20 de abril ainda há tempo para visitar, no MU.SA – Museu das Artes de Sintra, uma das mais felizes exposições comemorativas do quinto centenário de Luís de Camões. Escondida no interior do antigo casino, que abrigou em tempos a Coleção Berardo, e sem nada que a anuncie no exterior, A coleção Camoniana de Carvalho Monteiro no 5.º Centenário de Camões procura reunir o espólio disperso de António Augusto de Carvalho Monteiro (1848-1920). No total, são cerca de 400 objetos – pinturas, esculturas, livros, entre outro bricabraque de época, outrora pertencente ao capitalista, colecionador e proprietário da Quinta da Regaleira, em Sintra.
Como nos explica Raquel Henriques da Silva, historiadora de arte especializada no século XIX e uma das comissárias da exposição, uma das obras em destaque é uma pintura inédita de Domingos António de Sequeira, Camões na Prisão ou Camões e o Jau, que se pensava perdida, talvez para sempre.
No centro desta exposição temos António Augusto de Carvalho Monteiro. É alguém que reúne grandes meios – um ricaço – mas que também demonstra um enorme apetite cultural e científico.
O nome por que ele era conhecido em Lisboa no final do século XIX era ‘Monteiro dos Milhões’. Falava-se de tráfico de escravos, mas se houve tráfico de escravos foi com o pai, que também já era colecionador. Carvalho Monteiro é uma figura absolutamente excecional, e a exposição mostra isso. O que é curioso é a diversidade de interesses. Ele é um homem muito culto e muito atualizado. Aquele relógio que manda fazer em Paris é uma peça de tecnologia do mais avançado da época.
Acumulava uma quantidade de funções incrível.
Depois há o amor às borboletas e esta paixão total pelo Camões. Claro que eu, por via dos meus interesses, o que acho mais extraordinário é a Quinta da Regaleira. Muita gente não gosta daquele manuelino completamente exasperado. Mas poucos conhecem a importância e o rigor botânico que tem o parque. Repara que ele manda fazer uma central de reaproveitamento de lixos e de resíduos vegetais para aquecimento. Isto juntamente com um pensamento simbólico muito fundo. A Denise Pereira [responsável pela Quinta da Regaleira] diz sempre que não há nenhuma prova de que ele fosse maçom e até se chateia que a casa esteja no roteiro das casas maçónicas do mundo. Mas, de facto, aquele poço, aquela torre invertida que conduz a uma gruta, só tem inscrição nesse tipo de arquiteturas simbólicas.
Não costuma haver uma certa desconfiança em relação ao Luigi Manini [o autor do projeto] por ser cenógrafo e não arquiteto?
Isso é uma treta. E é uma treta porque a profissão de arquiteto só começa a ter autonomia no século XIX. Mesmo quando se fala da reconstrução da Lisboa pombalina, foi feita por engenheiros e militares. São engenheiros-arquitetos, se quisermos. E o mesmo se passa com os cenógrafos. Há grandes arquitetos que são cenógrafos. O Manini era um desenhador absolutamente extraordinário. Os projetos dele são muito bons. O Buçaco, em qualquer parte do mundo, é uma grande peça de arquitetura. Quer o Buçaco, quer a Regaleira, são ampliações e transmutações de construções anteriormente existentes, embora da Casa da Regaleira, de onde vem o nome, praticamente nada reste. E o Manuelino, com aquela importância da decoração, presta-se a isso. Manini tinha total competência para o fazer. Não lhe falta nada para ser um grande arquiteto.
Portanto não se justifica essa desconfiança ou desconsideração.
Não. A Denise tem um livro sobre o Manini que está para editar há muito tempo e que agora deverá sair. Quando ela preparava essa obra, foi a Brema, uma pequena vila italiana, de onde o Manini é natural, e aconteceu-lhe aquilo que é a felicidade de qualquer investigador. Foi à biblioteca e abriu uma série de grandes pastas, em cartão, que o Manini tinha oferecido a Brema pouco antes de morrer. Nunca tinham sido abertas, ela foi a primeira pessoa. A coleção de desenhos é uma coisa absolutamente pasmosa. O [Ernesto] Korrodi, o Nicola Bigaglia, o Cesare Ianz, todos eles vieram contratados como professores para as escolas industriais acabadas de formar, para o ensino técnico. Leiria é quase toda feita por Korrodi… Nem um nem outro eram arquitetos de título, mas até 1900 não ter o título de arquiteto não significa que não possa ser um grande arquiteto. Mesmo aquilo que se diz do [Giuseppe] Cinatti, quando o torreão gigantesco dos Jerónimos caiu, é uma daquelas injustiças históricas incríveis. Tinha sido o Eugénio de Almeida [provedor da Casa Pia] que tinha querido fazer o torreão, mas foi o Manini que crucificaram quando o torreão caiu, e só então se lembraram de que ele nem sequer era arquiteto.
Até houve uma frase célebre: ‘Já que não podia cair de velhice, ao menos caiu de vergonha’. E ficou conhecida como a torre da vergonha.
O Ramalho [Ortigão] era muito bom a dizer essas coisas. Obviamente é uma figura muito importante, mas, como tantas pessoas hoje e em gerações passadas, podia ter feito muito mais do que fez, e só falava dos outros.
Voltando à exposição, traz algumas novidades, como o quadro do Domingos Sequeira, que devia estar esquecido num canto qualquer.
Foi Irisalva Moita que [em 1980] comprou ao filho do Carvalho Monteiro todo o espólio das artes plásticas e afins. É um fundo muito eclético, as pessoas achavam que globalmente não tinha muita qualidade. E, no meio daquilo tudo, começando a olhar para o quadro, indo aos desenhos, pareceu-me claramente que é um quadro que se julgava perdido – está escrito que tinha ido para os Estados Unidos. Acho que é dos anos 20 e mostra como ele, antes de fazer o quadro perdido da morte de Camões [enviado para D. Pedro IV no Brasil, tendo-se-lhe perdido o rasto], já trabalhava o tema. Não acho que seja um grande Sequeira. Não tem o nível do ciclo das pinturas finais feitas em Itália. Mas é iconograficamente muito interessante. O Camões está muito bem, ele representa-o jovem e bem falante. Não sei se o Sequeira não está a sugerir o momento, em 1570, em que Os Lusíadas estão para ser impressos. Acho que aquilo não tem nada que ver com a morte, que é outro tema, ele está numa conversa. Também há uma folha de desenho à mão levantada que mostra muitos estudos diversos, e entre eles vemos aquele rosto que imediatamente identificamos como Camões. E aparece uma série de pessoas ao fundo. A Denise acha que podia ser aquele célebre episódio – que é quase impossível ter acontecido, embora ele tivesse alguns apoios – de Camões ir ler Os Lusíadas ao Dom Sebastião. Mas foi uma descoberta. O laboratório Hércules fez a análise da pintura e, desse ponto de vista, não há nada que diga que não possa ser Sequeira. Mais do que isto…
E também há um desenho.
O desenho não tem as características do bom desenho do Sequeira. Mas está assinado e a assinatura é eventualmente verdadeira. E se assinatura for verdadeira, não há dúvida nenhuma de que em vez de um Sequeira novo, temos dois: a pintura e o desenho. O desenho já é uma variante da morte de Camões. O Carvalho Monteiro compra praticamente tudo, é uma coisa incrível. Há outro quadro de que eu também gosto, de um pintor neoclássico, de 1840. É a alegoria da pintura, a pintar um retrato de Camões. Estas obras nunca tinham sido valorizadas. E depois ainda há o projeto de editar Os Lusíadas. Não se chegou a fazer, mas temos aqui uma série de pranchas ilustradas por um miniaturista francês [feitas propositadamente para essa edição, que não chegou a ser concluída por morte do ilustrador]. E eu, pessoalmente, tenho pena que não haja ninguém que estude uma coisa bastante kitsch, que são os produtos, o ‘merchandising’, como nós passámos a dizer, das comemorações camonianas de 1880 [no 3.º centenário da morte do poeta].
Até há pires de café e alfinetes de gravata. Dá ideia quase de uma febre de Camões.
Que eu saiba, em Portugal, é a primeira vez que isso acontece.
Carvalho Monteiro é um dos principais patrocinadores das comemorações. Que depois acabam por ser uma espécie de ponto baixo de reinado de D. Luís, porque a família real é apupada.
O Carvalho Monteiro, que eu saiba, é monárquico, embora não pareça interessar-se muito pelas questões políticas. Já o catolicismo dele, como mostra a capela belíssima da Regaleira, é inquestionável. Mas o grande promotor das comemorações camonianas, que leva o país atrás, é o Teófilo Braga. Embora sejam promovidas naturalmente por uma elite, geraram um facto cultural e um facto identitário. E depois a família real e o Governo resolveram tentar apropriar-se das coisas. Mas ficou sempre como uma bandeira republicana. Ora, os republicanos são nacionalistas e às vezes menos cosmopolitas do que a Corte naquela altura. São um bocadinho fechados.
Apesar de atingir o auge em 1880, a celebração do poeta como herói nacional vinha de trás. O monumento que ainda hoje está no Largo do Camões, por exemplo, é anterior [1867].
O reativar do mito de Camões que a geração do Sequeira e do Garrett fez também aconteceu no século XVII. Ainda no outro dia me chamavam a atenção para o sucesso d’Os Lusíadas:_há duas edições sucessivas em espanhol logo no início de 1600. São imediatamente traduzidos e o Filipe III, nosso II, tinha uma veneração total pelo Camões. A Isabel Rio Novo, na sua biografia, diz que seria impossível ele ter feito aquela edição e não haver um certo reconhecimento na Lisboa da época. Entretanto, ele deve ter ficado mais doente, depois é a questão de Alcácer Quibir e por fim ele morre. Mas logo no início do século XVII Camões já começa a adquirir uma dimensão mítica que vai sendo reativada, menos no século XVIII, a não ser nos finais, até se tornar uma bandeira daquela geração do Garrett e do Sequeira – e não é pouco. A edição d’Os Lusíadas feita pelo morgado de Mateus, com ilustrações francesas, é de 1817, e o [João Domingos] Bomtempo faz o Requiem a Camões também em 17, tudo em Paris. Portanto, é nesses anos entre o final do antigo Regime e a revolução liberal, e depois a dita contra-revolução miguelista, que se consolida a imagem de Camões que nós temos, do Camões miserável, do Camões maior que a Pátria, do Camões que a Pátria não merece. E depois há outro aspeto que hoje tem uma modernidade incrível: o Jau. Quem nunca o abandona, embora tenha morrido antes dele – as pessoas esquecem-se disso –, é um inexistente, um ‘outro’, fosse ou não fosse escravo.
Também fiquei muito curioso em relação à ‘vera efígie’, ao chamado retrato vermelho, que se diz ser uma cópia da mais antiga representação de Camões, feita por Fernão Gomes por volta de 1570. O que terá acontecido ao original? Temos alguma pista?
No meu livrinho sobre os retratos de Camões no século XIX, que resulta das minhas provas de agregação em 2010-2011, falo sobre isso. O Sequeira, o Metrass, o Columbano, o Malhoa e o António Carneiro, de formas diferentes, voluntária ou involuntariamente, autorrepresentam-se como Camões.
Há aquela velha frase: ‘Ogni pittore dipinge se’ – ‘Todo o pintor se pinta a si mesmo’.
É a epígrafe do meu livrinho. Mas faço um prólogo para tentar abordar qual é ‘o’ retrato de Camões. O Camões que, em princípio, qualquer português conhece é o que é divulgado em 1640, o Camões guerreiro, com a pena.
A gravura do A. Paulus.
Exatamente. Em todo o século XIX era essa a imagem do Camões. Os biógrafos dizem que havia um retrato dele, para o qual ele teria posado depois de vir de Goa. Mas nunca se encontrou coisíssima nenhuma. Exatamente há um século, um homem sobre o qual eu bem gostava de saber mais, o Afonso de Ornelas, um genealogista e também o ‘descobridor’ das tapeçarias de Pastrana [série de famosas tapeçarias do século XV] – uma figura complexa – faz uma conferência na Academia das Ciências e divulga a ‘miniatura de Goa’. Um retrato com dez centímetros de altura, muito colorido, um bocado naïf. Foi um grande entusiasmo. Na verdade, o rosto dessa miniatura é muito próximo do do Paulus, que faz a sua gravura 60 anos depois de Camões morrer. No ano seguinte, 1924, divulga outro retrato de Camões, a ‘vera efígie’. No entanto, enquanto a miniatura de Goa é dada como original – feita em Goa, quando chegou a notícia da morte do Camões –, a ‘vera efígie’ é assumida como sendo uma cópia feita a pedido do Duque de Lafões, quando é descoberta na biblioteca da Anunciada, uma grande biblioteca que se perdeu com o terramoto, uma arca. Entre outras coisas que a arca tinha, havia um saco de seda verde onde estava guardada uma capa com o retrato a vermelho lá metido. O copista, que era professor na Academia de Belas Artes, foi tão meticuloso que até reproduziu fielmente os adesivos. E copiou rigorosamente não só componente do texto como o desenho, que está assinado. E está assinado por um pintor ativo em Lisboa naquela época, Fernão Gomes. Estamos no início do século XIX, isto corre nos círculos aristocráticos, e o Duque de Lafões fica tão excitado que pede ao primo para o deixar fazer uma cópia. E o original, que tinha estado perdido desde os primeiros anos da década de 1570? O que lhe aconteceu? É verdade que houve um terramoto pelo meio [1755]. Mas se o Lafões mandou fazer uma cópia, foi de um original reencontrado. Desapareceu imediatamente depois? Para mim, que sou velha e desconfiada, é uma história…
A existir, esse original seria o mais importante retrato de Camões, feito ainda em vida. E de repente já ninguém sabe onde está.
Desaparece outra vez? Em 1820?! É muito estranho. E também vale a pena ler a história da miniatura de Goa, que é apaixonante. Camões morre. A notícia da morte chega a Goa, e o sobrinho do vice-rei resolve mandar pintar um retrato dele para oferecer ao tio. Para isto, reúne um conjunto de indivíduos que conheceram Camões.
Para lhe fazerem uma descrição.
A miniatura é um busto de Camões rodeado de um arco e acima do arco há uma série de folhinhas brancas e nessas folhinhas brancas aparecem os nomes dos tais indivíduos. E diz: ‘Tem parecença’. Se eu não tivesse nada que fazer, já tinha ido ver se esses nomes existem. Se calhar existem, como existem o vice-rei e o sobrinho. Dois parecem ser de uma pequena fidalguia e os outros são marinheiros dos bas fonds, que Camões frequentava muito em Goa. E no fim há uma assinatura que tem feito correr rios de tinta. O Vasco Graça Moura chama-lhe um retrato-robôt. Estamos no século XVI e eu digo: nunca vi isto. Se é verdade, é um caso único, para divulgação internacional, uma coisa estranhíssima. Andei dois anos sem saber onde é que estava o retrato, até que finalmente descubro que está numa coleção que eu conheço muito bem, que é do Millennium BCP. Consegui que o banco pagasse os exames de laboratório.
E o que dizem os exames?
Que é do século XIX. Se não for do século XX. Aquelas tintas sintéticas só aparecem em meados do século XIX. Por outro lado, as coisas são tão irónicas que outro retrato que toda a gente sempre menosprezou completamente, e que sempre foi considerado um falso, afinal é do início do século XVII. Será, na verdade, o retrato mais antigo do Camões, e o rosto tem alguns traços que lembram a gravura do Paulus. O que pressupõe que houve um outro retrato de Camões que é a fonte disto tudo.
Retrato de um colecionador
Nascido a 27 de novembro de 1850 no Rio de Janeiro, António Augusto de Carvalho Monteiro herdou uma grande fortuna do pai, construída no Brasil com o monopólio dos cafés e das pedras preciosas, que ele veio ainda a ampliar. Jovem, veio para Portugal para estudar Direito, tendo-se formado em Coimbra. Foi colega de curso de Guerra Junqueiro, Alves de Sá e Hintze Ribeiro, entre outros.
Tinha uma enorme paixão pelo mundo natural, e o seu herbário albergava 4500 espécimes, muitos dos quais oferecidos por personalidades célebres da botânica. A sua coleção de orquídeas também era famosa, assim como a de conchas e, especialmente, a de borboletas, só ultrapassada pela de um Rothschild.
O seu fascínio pela tecnologia revela-se por sua vez no relógio de bolso extracomplicado encomendado em Paris ao relojoeiro Leroy. Custou-lhe 20 mil francos e consumiu quatro anos de trabalho. Possuía um calendário perpétuo, indicava os solstícios, os equinócios e as fases da Lua. A função astronómica – e não nos referimos ao preço – mostrava 560 estrelas do céu de Lisboa e 611 estrelas do céu do Rio de Janeiro. Indicava ainda a hora em 125 cidades e o nascer e pôr-do-sol em Lisboa. Anunciava as horas, meias horas e quarto de hora com sinal sonoro de volume ajustável. Verdadeiro canivete suíço da relojoaria, incluía ainda termómetro, higrómetro, barómetro, altímetro e bússola.
Até à construção da Quinta da Regaleira, entre 1904 e 1910, Carvalho Monteiro residiu no Palácio Quintela, na Rua do Alecrim, adquirido pelo seu pai aos Quintela-Farrobo.
Aí reunia as suas coleções de arte, moedas, pratas. E aquela a que mais se dedicou – a Camoniana. A paixão de Carvalho Monteiro era tão forte que até fumava charutos Camões, uma marca feita especialmente para ele.
«A camoniana bibliográfica compunha-se de todas as edições das obras de Camões desde 1563, incluindo as princeps [a raríssima primeira edição d’Os Lusíadas, de 1572], por vezes em duplicado e com encadernações luxuosas feitas em Lisboa, Londres e Paris», descreve o texto da exposição.
E um jornalista seu contemporâneo, Brito Aranha, diria: «A par da sua camoniana bibliográfica, Carvalho Monteiro tinha um verdadeiro museu camoniano, no qual estão colecionados os mais variados objetos de arte e fantasia, procedendo de indústrias muito diversas, mas fabricadas ou compostas, sob a nobre ideia do culto ao egrégio poeta».
Depois da morte de Carvalho Monteiro, em 1920, esta coleção incomparável começou a dispersar-se. O primeiro lote, de livros quinhentistas, foi adquirido em 1926 pela londrina Maggs Bros e rumou à biblioteca de D. Manuel II (hoje na Fundação Casa de Bragança). Outro lote, de edições de luxo e numeradas, foi adquirido pela livraria Boulevard Haussman, de Paris. «A restante biblioteca e camoniana com cerca de 30 mil livros, foi vendida de seguida através da Maggs Bros à Biblioteca do Congresso, chegando a Washington em 1927 e 1929», refere ainda o texto da exposição. Ali ficou num relativo anonimato até começar, mais recentemente, a ser identificada.
A exposição do MU.SA tem curadoria de Denise Pereira e está patente até 20 de abril. Mas a sua influência irá prolongar-se no tempo, através de um projeto para reconstituir de forma virtual a camoniana de Carvalho Monteiro, dispersa por 18 coleções.