Mariana Mortágua vs Rui Rocha. Partidos sem nada em comum

Defesa, habitação e saúde, foram os temas que marcaram o debate entre os lideres da Il e do Bloco de Esquerda.

O presidente da Iniciativa Liberal, Rui Rocha e a coordenadora do Bloco de Esquerda, Mariana Mortágua, foram os protagonistas do penúltimo debate eleitoral das televisões, esta quinta-feira à noite.

O debate arrancou com Rui Rocha a defender um investimento na Defesa, assim como nas outras áreas essenciais.

“Falamos da Defesa de todos, da geração presente e da geração que aí vem”, disse, sublinhando que é necessário ir buscar investimento aos “fundos comunitários existentes para esse efeito”.

Por sua vez, Mariana Mortágua considera que Portugal não se deve endividar para comprar armas. “Não será a produção de armamento que irá salvar Portugal”, disse.

A habitação é mais um dos pontos em que os dois partidos divergem, com a coordenadora do BE a dizer que o “mercado de arrendamento é ilusório”, pois a maioria dos portugueses não consegue aceder nem arrendar nem comprar casa. Para Mariana Mortágua, a solução passa pelo controlo das rendas “para quem ganha entre 800 e 1000 euros”.

Já Rui Rocha considera que o controlo das rendas “prejudica gerações futuras” e que a resposta passa, a curto prazo, pelo aumento da oferta de casas para arrendar, através de incentivos fiscais para os proprietários. A longo prazo, é necessário “construir, construir, mais depressa e mais alto”, afirmou Rui Rocha, defendendo a descida do IVA da construção.

Mortágua também defendeu o aumento da construção, mas reitera a importância de se criarem tetos aos preços das rendas, e acusou o líder da IL de querer construir casas para ricos.

A Saúde é outro dos temas em que BE e IL têm posições contrárias. Rui Rocha afirmou que o “comprometimento dos privados” é importante para dar aos portugueses os melhores cuidados.

Por outro lado, a coordenadora do Bloco acusou Rui Rocha de quer pôr a saúde “na mão do privado”, o que acabaria com a “igualdade”.

Para Mariana Mortágua, modelo defendido pela Iniciativa Liberal é um modelo em que o “privado passa a conta e o Estado paga”, enquanto o Bloco de Esquerda pretende que o SNS seja “um serviço público em que todos tenham acesso ao mesmo tratamento, independentemente do dinheiro que têm”.