Greve na hotelaria, turismo e distribuição com impacto residual

O principal objetivo é a participação dos trabalhadores nas comemorações do 1º de Maio

A greve convocada esta quinta-feira nos setores da distribuição, hotelaria e turismo está a ter um impacto “residual”. O principal objetivo é a participação dos trabalhadores nas comemorações do 1º de Maio.

A paralisação, convocada pela Federação dos Sindicatos da Agricultura, Alimentação, Bebidas, Hotelaria e Turismo de Portugal (Fesaht) e o Sindicato dos Trabalhadores do Setor dos Serviços (Sitese), “foi marcada para permitir que os trabalhadores que queiram possam participar nas comemorações do 1º de Maio”, indicou Afonso Figueiredo da Feshat.

Ainda assim, afirmou, citado pela agência Lusa,  “irá ter impacto em algumas unidades e empresas em particular, principalmente no período da tarde quando decorrem a maior parte das comemorações”.

Poderão ser mais afetadas “algumas cantinas de hospitais na hora de almoço, o serviço de distribuição em alguns hospitais, perturbações no serviço de bares dos comboios alfa e intercidades”, sendo que, tendo em conta que hoje é feriado os impactos também se podem sentir na hotelaria e restauração, “mas será uma coisa muito residual”, destacou.

Num comunicado, o Sitese anunciou para o 1.º de Maio, Dia do Trabalhador, uma greve “à prestação de trabalho para os trabalhadores dos setores do comércio, escritórios e serviços, nomeadamente nas empresas filiadas na APED – Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição, com início às 00h00 horas e termo às 24h00 horas”.

Na origem do protesto está a defesa do “trabalho digno” e a luta “contra a precariedade, pelo aumento dos salários, pela defesa dos direitos dos trabalhadores e pelo respeito e exigência do cumprimento integral da negociação coletiva”.

O objetivo é permitir a presença nas manifestações promovidas pela CGTP-IN para assinalar o Dia do Trabalhador e reclamar um aumento geral dos salários e das pensões, a fixação de preços máximos nos bens essenciais, a taxação dos lucros das empresas, a defesa dos direitos dos trabalhadores, o direito à habitação e contra o aumento do custo de vida e da exploração.

Nos termos do pré-aviso de greve emitido pela Fesaht, são exigidos “aumentos salariais de 15%, num mínimo de 150 euros por trabalhador”, o aumento extraordinário do Salário Mínimo Nacional para os 1.000 euros, “com efeitos imediatos”, o trabalho ao fim de semana com acréscimo de 50% e o trabalho prestado em regime de horário repartido e de turnos com acréscimo de 25%.

Ainda reclamada é a atribuição de dois dias de descanso semanal consecutivos para todos os trabalhadores, o aumento extraordinário de todas as pensões e reformas “que reponha o poder de compra e assegure a sua valorização”, o aumento das prestações de apoio social, a revogação das “normas gravosas da legislação laboral” e “a aplicação de um imposto que incida sobre os lucros colossais das grandes empresas”.