Há votos que mudam governos. Outros que mudam políticas. Mas há também votos que transformam algo mais profundo: o estado de alma de um povo.
Entre o medo e a esperança, cada eleição carrega consigo uma energia silenciosa, mas poderosa – uma força de transformação coletiva. É o momento em que cada cidadão, com um gesto simples, afirma: eu escolho acreditar que é possível fazer melhor.
Nem sempre os resultados correspondem às nossas ambições. Nem sempre os caminhos são tão claros como desejaríamos. Mas o voto é sempre um ato de liberdade, um exercício de responsabilidade e de confiança no futuro. E é exatamente isso que está em jogo: o futuro.
Durante esta campanha, muito se disse, debateu e prometeu. Mas no final, tudo se resume a uma escolha essencial: entre o medo e a esperança.
O medo de que tudo fique na mesma. O medo de quem já não tem nada para propor. O medo de quem grita mais alto, mas diz muito pouco. O medo da diferença, da liberdade, do compromisso. O medo de um passado que teima em regressar disfarçado de novidade.
Mas também existe a esperança. A esperança de continuar a construir. De fazer mais e melhor. A esperança que acredita no potencial do nosso país e na capacidade de cada português – homem ou mulher – de viver com dignidade, sonhar mais alto e alcançar mais longe.
O meu voto é um voto de esperança com provas dadas. Uma esperança que se reflete nos progressos alcançados nas urgências de obstetrícia, onde o número de dias com serviços encerrados caiu para metade face a 2024. Não é o fim do caminho, mas é a prova de que, quando se quer, há caminho.
O meu voto é também por cada mulher que vive ainda hoje sob o peso do medo, muitas vezes dentro das próprias paredes que deveriam proteger. Por aquelas que enfrentam a violência, a solidão, a invisibilidade. É um voto por políticas públicas que não fiquem no discurso, mas que protejam, amparem e transformem vidas marcadas pela violência doméstica e pelo horror do silêncio.
É um voto por uma igualdade real – não proclamada em cartazes ou slogans – mas sentida no bolso, no local de trabalho, no acesso à saúde, à licença parental, à liderança, à representação. É um voto por acordos salariais que beneficiam médicas, enfermeiras, professoras, funcionárias judiciais – tantas vezes mulheres que sustentam famílias, cuidam de filhos e trabalham o dobro para serem reconhecidas metade.
Votar na Aliança Democrática é votar no futuro das mulheres em Portugal. Não por serem mulheres, mas porque são cidadãs de pleno direito: com talento, com coragem, com visão. É um voto que acredita que ninguém deve ser menor do que a sua própria vontade de vencer.
Sim, votar na AD é também votar no feminino – não com discursos vazios nem bandeiras agitadas – mas com resultados. Porque a verdadeira igualdade não se proclama: concretiza-se. É por isso que, nesta eleição, eu escolho a esperança. l
Eurodeputada PSD