AHRESP pede compensações por comércio fechado nos festejos do Sporting campeão

“Indignação dos empresários atingidos foi ainda mais acentuada pela presença de venda ambulante precisamente nos mesmos espaços públicos onde os estabelecimentos licenciados, cumpridores das normas legais e fiscais, foram obrigados a encerrar”

A Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal (AHRESP) manifestou esta quinta-feira “profundo desagrado” com o encerramento de estabelecimentos em Lisboa devido aos festejos do campeonato nacional de futebol. A associação vai pedir compensações para estes comerciantes à Câmara Municipal.

Devido aos festejos do campeonato nacional de futebol, que o Sporting venceu no passado sábado, a Câmara Municipal de Lisboa (CML) impôs, após indicação da PSP, restrições aos horários de funcionamento de vários estabelecimentos de restauração e bebidas nas zonas de Alvalade e do Marquês de Pombal, invocando motivos de segurança.

Numa nota, a AHRESP anunciou que vai pedir uma reunião, com caráter de urgência, com o presidente da CML, Carlos Moedas, para analisar os prejuízos que os estabelecimentos abrangidos tiveram e discutir medidas de compensação ou apoio aos empresários afetados.

A associação reconheceu a importância de garantir a segurança pública em eventos de grande dimensão e disse ainda estar disponível para “trabalhar na definição de soluções futuras que salvaguardem simultaneamente a segurança pública e a continuidade da atividade económica legalmente instalada”.

No entanto, citada pela agência Lusa, a AHRESP considerou “absolutamente desproporcionais as medidas adotadas pela CML, cujos impactos se fizeram sentir de forma grave” nos comerciantes. “A proteção da ordem pública não pode continuar a ser feita à custa da penalização dos mesmos empresários de sempre”, considerou.

Segundo a AHRESP, a “indignação dos empresários atingidos foi ainda mais acentuada pela presença de venda ambulante precisamente nos mesmos espaços públicos onde os estabelecimentos licenciados, cumpridores das normas legais e fiscais, foram obrigados a encerrar”.

“Esta duplicidade de critérios é incompreensível e inaceitável, causando desigualdade de tratamento e concorrência desleal”, acrescentou.

Dezenas de estabelecimentos comerciais em Lisboa estiveram sujeitos a restrições do horário de funcionamento, nomeadamente perto de 20 estabelecimentos junto ao estádio José Alvalade e cerca de 60 junto à Praça Marquês de Pombal.