A Inspeção-Geral das Atividades em Saúde (IGAS) abriu, esta segunda-feira, um inquérito à atividade cirúrgica adicional realizada no SNS, na sequência do caso do dermatologista que terá recebido mais de 50 mil euros num único dia de trabalho no Hospital de Santa Maria.
O inquérito surge poucos dias depois de a CNN Portugal ter revelado que um médico dermatologista no Hospital Santa Maria teria recebido um total de 400 mil euros por 10 sábados de trabalho adicional em 2024, tendo um dos dias sido utilizados para retirar lesões benignas aos pais.
Em causa está o Sistema Integrado de Gestão de Inscritos para Cirurgia (SIGIC), que permite a realização de procedimentos fora do horário laboral, para ajudar a diminuir as filas de espera nos hospitais.
No comunicado, a IGAS confirma que o presidente do Conselho de Administração da Unidade Local de Santa Maria, Carlos Martins, deu conta da existência de “uma ocorrência relacionada com uma eventual ação irregular no Serviço de Dermatologia daquela entidade, no âmbito do sistema da atividade cirúrgica realizada em produção adicional”.
A IGAS determinou também a instauração de “um processo de auditoria às 39 unidades locais de saúde e aos três institutos portugueses de oncologia, com o envolvimento dos respetivos serviços de auditoria interna”.
O objetivo da auditoria é, segunda aquela entidade, avaliar o recurso à atividade cirúrgica realizada em produção adicional face à atividade normal.