Bruxelas diz que PRR é para acelerar

O executivo comunitário recorda que o país já recebeu 51,3% do seu envelope financeiro, numa altura em que falta menos de um ano e meio para o fim do prazo

A Comissão Europeia pediu a Portugal para acelerar a execução do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) com vista à implementação de reformas e de investimentos. O executivo comunitário recorda que o país já recebeu 51,3% do seu envelope financeiro, numa altura em que falta menos de um ano e meio para o fim do prazo. Caso contrário, de acordo com o comissário europeu Valdis Dombrovskis, Portugal corre o risco de perder as verbas ainda não executadas.

De acordo com os dados da Comissão Nacional de Acompanhamento (CNA), 33% das medidas da bazuca europeia estão em estado crítico (20%) ou preocupante (13%), com destaque para as áreas da habitação, saúde e digitalização de empresas. A avaliação qualitativa do organismo liderado por Pedro Dominguinhos acrescenta que 35% dos 119 investimentos ou medidas analisados pela CNA precisam de acompanhamento.

Uma situação que não surpreende o presidente da AEP ao referir que tem vindo a chamar a atenção para o facto de ser necessário levar a cabo uma célere execução do PRR. «A falta de mão-de-obra e as barreiras burocráticas mantêm-se como fatores inibidores à aceleração do programa que se encontra, de acordo com o seu último relatório de monitorização do dia 28 de maio, com apenas 33% dos seus marcos e metas cumpridos», refere ao nosso jornal.

Luís Miguel Ribeiro diz ainda que os dados apontam também para uma maior execução no setor empresarial privado do que no setor público, «o que comprova, uma vez mais, os benefícios de o programa ser mais direcionado ao setor produtivo – como a AEP sempre defendeu -, onde o efeito multiplicador na economia é mais elevado».

E lembra que «o PRR é um plano rigoroso e exigente, mas também absolutamente crucial, como resposta aos desafios da economia portuguesa. Por isso, a perda de verbas não é um cenário que deva sequer ser equacionado».

Ao todo, a ‘bazuca’ tem um valor de 22,2 mil milhões de euros, com 16,3 mil milhões de euros em subvenções e 5,9 mil milhões de euros em empréstimos do Mecanismo de Recuperação e Resiliência, que dizem respeito a 376 investimentos e a 87 reformas.