A Comissão de Trabalhadores do Novobanco afirmou que “não tem objeções ao processo de venda” da instituição financeira desde que sejam garantidos os postos de trabalho e a independência do banco, considerando que esta alienação “poderá ser uma solução positiva, não só para os trabalhadores e clientes, mas também para o sistema financeiro nacional”, referindo que viu com “agrado as primeiras declarações do CEO do grupo BPCE, Nicolas Namias, dando garantias de manutenção dos atuais postos de trabalho”.
Esta é a reação dos trabalhadores depois de ter sido revelado na sexta-feira que a Lone Star assinou um Memorando de Entendimento para a venda da sua posição ao BPCE, por um montante equivalente a uma valorização de aproximadamente 6,4 mil milhões, no final de 2025, para 100% do capital social. A conclusão da transação está prevista para ocorrer durante o primeiro semestre de 2026.
A Comissão de Trabalhadores admitiu, no entanto, que via com melhores olhos a dispersão do capital em bolsa, “permitindo que os trabalhadores interessados pudessem adquirir ações a um preço preferencial” e agora promete que irá “acompanhar de perto” todo o processo de venda.
Também o Ministério das Finanças aplaudiu a operação, afirmando que “garante a manutenção da atual estrutura do mercado bancário nacional, sem que ocorram problemas resultantes de um eventual processo de concentração, nomeadamente de uma reestruturação, e salvaguarda os níveis de concorrência no sistema bancário português”. E revelou que o Estado vai recuperar quase dois mil milhões de euros dos fundos públicos injetados no novobanco, associados à distribuição de dividendos da instituição financeira.
O Fundo de Resolução que detém 13,54% do capital social da instituição financeira já fez as contas e disse que irá obter um “encaixe bruto de cerca de 866 milhões de euros” com a venda da instituição aos franceses do BPCE. Este valor junta-se às verbas já recebidas do novobanco a título de distribuição de dividendos relativos aos resultados de 2024, num valor bruto de 30 milhões de euros, e no âmbito da redução de capital realizada já em 2025, que permitiu um encaixe de 149 milhões de euros. “Os valores obtidos e a obter pelo Fundo de Resolução em resultado da sua participação no Novo Banco permitem recuperar uma parte das verbas despendidas pelo Fundo de Resolução na resolução do Banco Espírito Santo e serão utilizados no reembolso da dívida do Fundo de Resolução, nomeadamente perante o Estado”, explicou.