FC Porto e Benfica encontram-se atualmente a participar no renovado Mundial de Clubes, num inédito formato com 32 equipas, vindas de todos os continentes, que se reúnem nos Estados Unidos da América após uma época longa e desgastante.
Colocar dois clubes portugueses nesta competição é meritório do trabalho que foi desenvolvido nas últimas épocas desportivas, apesar de, a nível interno, ser o rival Sporting o bicampeão nacional, embora as prestações europeias sejam inferiores.
É de acordo com as regras bem estabelecidas pela FIFA que foram apuradas as 32 equipas, num máximo de duas por país europeu, para dar mais heterogeneidade aos participantes, conseguindo Portugal ter o máximo, dado o ranking dos clubes.
Além dos vencedores das últimas quatro Ligas dos Campeões terem acesso direto à prova, o resto das vagas foram atribuídas por um ranking continental, num total de 12 conjuntos europeus, seis sul-americanos, quatro norte-americanos, quatro asiáticos, quatro africanos, um da Oceânia e também um do país anfitrião.
Iniciado na madrugada de sábado para domingo, o Mundial de Clubes viveu várias críticas por sobrecarregar um calendário que já se encontrava muito preenchido.
Com os campeonatos e provas europeias concluídos no final de maio, os atletas ainda foram para as respetivas seleções – e os portugueses venceram a Liga das Nações -, juntando-se novamente para esta prova, quase sem tempo para férias.
É neste estado que se vai encarar a competição, com o FC Porto a integrar o Grupo A, juntamente com os brasileiros do Palmeiras, do treinador luso Abel Ferreira, os egípcios do Al-Ahly e os norte-americanos do Inter Miami, o clube de Lionel Messi.
Já o Benfica encara os alemães do Bayern Munique, os argentinos do Boca Juniors e os neozelandeses do Auckland City no Grupo C, o que levou os dois portugueses a iniciar logo nos primeiros dias a competição, em diferentes cidades americanas.
Os dragões estrearam-se em East Rutherford, frente ao Palmeiras, no domingo, às 23h, com um empate 0-0, seguindo-se as partidas perante Inter Miami, às 20h de quinta-feira, em Atlanta, e Al-Ahly, às 02h de 24 de junho, em East Rutherford.
Os encarnados abriram com o Boca Juniors na noite de segunda-feira, em Miami Gardens, defrontando depois o Auckland City pelas 17h do dia 20 de junho, em Orlando, e ainda o Bayern Munique pelas 20h do dia 24 de junho, em Charlotte.
A equipa comandada por Martín Anselmí aproveitou a janela especial da FIFA de transferências antes do Mundial de Clubes para recrutar o médio espanhol Gabri Veiga, que representava os sauditas do Al-Ahli, depois do terceiro lugar na I Liga.
É a única novidade no núcleo que completou a temporada, sem saídas, para já, consumadas na formação portista, que não conta com o lesionado Marko Grujic e ainda com o guarda-redes Diogo Costa a dar lugar a Cláudio Ramos, face a lesão.
Por outro lado, o Benfica não registou nenhuma contratação nesta breve paragem entre a final da Taça de Portugal e o início do Mundial de Clubes, mas conta já com duas saídas oficializadas do plantel, dos avançados Zeki Amdouni e Arthur Cabral.
O suíço encontrava-se emprestado pelos ingleses do Burnley, antecipando a saída antes do Mundial, que até podia ter jogado, mas as águias decidiram não exercer a opção de compra. Já o brasileiro foi vendido ao Botafogo e regressou ao seu país.
Diferente é o caso do argentino Ángel Di María, que já confirmou um regresso ao Rosario Central, onde foi formado, mas só se junta a seguir ao Mundial de Clubes.
O guarda-redes Samuel Soares, que optou por disputar o Europeu de sub-21 pela seleção portuguesa, e o defesa Tomás Araújo, que ficou a debelar uma lesão que o afetava há largos meses, são baixas para Bruno Lage, bem como Bah e Manu Silva.
Nos restantes agrupamentos, Paris Saint-Germain, Atlético de Madrid, Botafogo e Seattle Sounders defrontam-se no Grupo B, ao passo que Chelsea, Flamengo, Los Angeles FC e Espérance de Tunis foram integrados no Grupo D desta competição.
O Grupo E apresenta Inter Milão, River Plate, Monterrey e Urawa Reds, o Grupo F tem Borussia Dortmund, Fluminense, Ulsan Hyundai e Mamelodi Sundowns, o Grupo G inclui Manchester City, Juventus, Al Ain e WAC Casablanca, e, por último, o Grupo H conta ainda com Real Madrid, Red Bull Salzburgo, Al-Hilal e Pachuca.
O torneio será disputado em 12 estádios dos Estados Unidos, país que também é anfitrião do Mundial de seleções, em 2026, juntamente com o México e o Canadá, estando a final marcada para 13 de julho, no MetLife Stadium, em East Rutherford.
Além do palco da final, também Atlanta, Seattle, Pasadena, Miami Gardens, Filadélfia, Orlando (dois recintos), Nashville, Charlotte, Cincinatti e Washington DC receberão encontros da competição, onde se espera algum domínio europeu.
Como é tradição nas anteriores edições do ‘antigo’ Mundial de Clubes, as equipas da Europa costumam superiorizar-se aos demais, e perfilam-se como as favoritas à vitória, com a ambição de obter o estatuto de primeiro vencedor neste formato.