A queda moral do PSOE

Enquanto o PSOE se afunda em escândalos e desculpas esfarrapadas, a alternativa política consolida-se.

Os acontecimentos das últimas semanas em Espanha atingiram um ponto de rutura. O escândalo conhecido como ‘caso Koldo’, envolvendo alegadas comissões ilegais durante a pandemia e ligações diretas ao coração do PSOE – incluindo o ex-ministro José Luis Ábalos e o agora demissionário número três do partido, Santos Cerdán – expôs uma teia de corrupção que envergonha a democracia espanhola. Não se trata de um caso isolado: é a expressão de uma cultura política doentia, alimentada por décadas de impunidade e promiscuidade entre o poder político e os negócios públicos.
As revelações da Unidade Central Operativa da Guardia Civil, incluindo escutas comprometedoras e indícios sólidos de enriquecimento ilícito, mergulharam o Governo num caos institucional. Pedro Sánchez tentou, como sempre, desviar as atenções, apresentando-se como vítima de uma «campanha orquestrada» pela direita. Mas desta vez, a gravidade dos factos falou mais alto. O Parlamento espanhol assistiu esta semana a uma cena rara: a oposição a gritar «¡dimisión!» no hemiciclo, ministros desconcertados, e o próprio Presidente do Governo com dificuldades em manter a compostura.
A situação tornou-se de tal forma insustentável que se fala agora abertamente da queda do Executivo. Alberto Núñez Feijóo, líder da oposição e presidente do PP, declarou que o PSOE «tem os dias contados» e que faltam apenas quatro votos para apresentar uma moção de censura. Mesmo que esta não avance de imediato, o simples facto de estar em cima da mesa revela o grau de desgaste do governo e a perda total de confiança, tanto na opinião pública como entre os seus próprios aliados parlamentares.

Enquanto o PSOE se afunda em escândalos e desculpas esfarrapadas, a alternativa política consolida-se. Feijóo tem mostrado firmeza e sentido de Estado. Apresentou propostas concretas: penas mais pesadas para crimes de corrupção, exclusão de indultos para corruptos, e um compromisso inequívoco com a regeneração institucional. Ao seu lado, Isabel Díaz Ayuso representa uma liderança combativa, clara nos valores, e intransigente no combate ao desperdício e ao favorecimento político.

A diferença entre uns e outros está à vista de todos. O PSOE tornou-se um partido fechado sobre si próprio, agarrado ao poder e incapaz de se renovar. O PP, liderado por Feijóo e impulsionado por Ayuso, mostra-se como uma esperança credível de mudança – não apenas no combate à corrupção, mas também na defesa da coesão nacional, da liberdade económica e do respeito pela lei.

A Espanha está a chegar a um ponto de viragem. O Governo de Sánchez, que a título de exemplo da erosão institucional, não consegue aprovar um Orçamento de Estado desde 2022, deverá cair a qualquer momento. Se isso acontecer, não será apenas o fim de uma legislatura manchada por escândalos – será o início de uma oportunidade histórica para restaurar a confiança dos cidadãos nas instituições. Que venha, pois, esse momento. Porque o país merece mais do que o cinismo institucionalizado do PSOE. Merece um governo que respeite os espanhóis – e que respeite o Estado de Direito.

Advogada, Dirigente Nacional do CDS-PP