Secretas e Judiciária vigiam 11 grupos de extrema-direita

O número de organizações radicais multiplicou-se a partir de 2020. Na pandemia, negacionistas, conspiracionistas, nativistas e ativistas anti-imigração encontraram nas redes sociais e canais de comunicações encriptadas o espaço ideal para propagarem ideias extremistas – tudo sob o olhar atento do Serviço de Informações de Segurança e da Polícia Judiciária.

O Serviço de Informações de Segurança (SIS) e a Polícia Judiciária (PJ) monitorizam ativamente mais de uma dezena de grupos de extrema direita em Portugal. Muitas destas organizações foram criadas no período que se seguiu à pandemia da covid-19, altura em que alguns dos seus elementos encontraram junto dos grupos de negacionistas e adeptos de teorias da conspiração o palco ideal para espalhar ideias nacionalistas, identitárias e contra imigrantes e refugiados. Segundo apurou o Nascer do SOL, essa vigilância passa pela monitorização de elementos históricos da extrema-direita, pela sinalização de novos membros, bem como pela identificação dos vários grupos. Todas as ações públicas, encontros, almoços e jantares de convívio, bem como os contactos internacionais, são acompanhadas de perto, tal como as discussões em páginas de redes sociais e canais criados em aplicações que permitem comunicações encriptadas como o Telegram, o WhatsApp ou o Signal.

O mais recente exemplo de como essa monitorização é feita culminou na operação Desarme 3D que, na passada segunda-feira, levou o Ministério Público e a Judiciária a deterem seis membros da organização Movimento Armilar Lusitano (MAL) e a apreender uma série de armas legais e ilegais que se destinavam a constituir uma milícia com que, acreditam as autoridades, planeavam derrubar o regime democrático. Durante quatro anos os seus membros estiveram sob escuta e as suas ações foram acompanhadas pelas autoridades.

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