Um estudo realizado em 12 países revelou que os portugueses são dos mais preocupados com o uso de armas nucleares e uma eventual terceira guerra mundial.
“A maioria dos europeus está a acordar para a realidade de que vive num mundo muito diferente. Embora o receio de um ataque russo ao território da NATO seja menos generalizado do que alguns analistas sugerem – embora seja sentido com intensidade em certos Estados fronteiriços, como a Polónia, a Estónia e a Roménia, bem como em Portugal – é o medo crescente de um conflito nuclear que capta mais claramente a nova ansiedade europeia”, indica o Conselho Europeu das Relações Externas (ECFR, na sigla inglesa) num estudo publicado, esta segunda-feira, citado pela agência Lusa.
O estudo é divulgado num momento de escalada do conflito no Médio Oriente e a um dia do início da cimeira de dois dias da NATO e reúne a posição de 16.440 inquiridos de Portugal, Dinamarca, Estónia, França, Alemanha, Hungria, Itália, Polónia, Roménia, Espanha, Suíça e Reino Unido.
Os 1.010 portugueses, questionados sobre se estariam preocupados com potenciais acontecimentos, indicaram ter maior preocupação relativamente ao uso de armas nucleares (85%), a uma terceira guerra mundial (82%) e a uma guerra ainda maior em solo europeu além da Ucrânia (77%).
Destaque-se o facto de estas terem sido percentagens mais altas entre os países ouvidos. Por outro lado, os inquiridos em Portugal demonstraram-se menos preocupados sobre uma eventual invasão russa do país (54%) e o desmembramento da União Europeia (UE) ou da NATO (65% e 66%, respetivamente).
Os inquiridos portugueses também admitiram estar mais inquietos que o Estado invista demasiado em Defesa, em detrimento de outras áreas.
Sublinhe-se que os aliados da NATO reúnem-se na terça-feira e quarta-feira em cimeira na cidade holandesa de Haia, em cima da mesa está a urgência de gastar mais em Defesa.
Em Portugal, o Governo anunciou que iria antecipar a meta de 2% do PIB em defesa para 2025.
Portugal estará representado na cimeira de Haia pelo primeiro-ministro, Luís Montenegro, e pelos ministros dos Negócios Estrangeiros e da Defesa, Paulo Rangel e Nuno Melo.