Países da NATO acordam investimento de 5% do PIB em defesa até 2035

A cimeira ficou marcada pela presença do Presidente norte-americano, Donald Trump, que tem vindo a pressionar os aliados, sobretudo os europeus, a alocar mais verbas à área da defesa

Os países da Aliança Atlântica acordaram esta terça-feira aumento do investimento de 5% do Produto Interno Bruto (PIB) na área da defesa até 2035, com uma revisão dos objetivos em 2029. Portugal promete evoluir o investimento de forma gradual até atingir a meta estabelecida durante a cimeira.

“Unidos para fazer face às profundas ameaças de segurança e desafios, em particular a ameaça a longo prazo apresentada pela Rússia à segurança euro-atlântica e a persistente ameaça do terrorismo, os aliados comprometem-se a investir 5% do PIB anualmente em requerimentos de defesa, assim como em despesas relacionadas com defesa e segurança até 2035”, referiram os países da NATO na a Declaração da Cimeira de Haia (Países Baixos).

De acordo com o documento divulgado, os chefes de Estado e de Governo das 32 nações da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO) firmaram um compromisso para reforçar as “forças [militares], capacidades, recursos, infraestruturas, prontidão militar, e a resiliência necessária para dissuadir e defender” o território abrangido pela organização político-militar.

Por Portugal, o primeiro-ministro afirmou que a nova meta de investimento da NATO garante “alguma flexibilidade” temporal, por retirar objetivos anuais obrigatórios.

“Esta é uma cimeira onde os aliados assumem, num período de 10 anos, atingir um investimento na área da segurança e defesa de 3,5% de forma direta, a que acresce mais 1,5% de forma indireta”, revelou Luís Montenegro.

“Eu sei que este objetivo é um objetivo ainda mais ambicioso do que anterior [de 2%] e que, por isso mesmo, foi necessário um processo negocial intenso no qual Portugal, com a discrição que estes procedimentos devem envolver, contribuiu de forma ativa para termos um projeto credível de atingir estes objetivos”, acrescentou. 

De acordo com o chefe do Governo, foi ainda introduzida “uma cláusula de revisão estratégica em 2029, em função da evolução do contexto geopolítico, do contexto estratégico e da possibilidade de se atingir alguns dos alvos capacitários”, adiantou.

Os aliados acordaram gastar, até 2035, 3,5% do PIB em gastos militares tradicionais (forças armadas, equipamento e treino) e 1,5% do PIB adicionais em infraestruturas de dupla utilização, civis e militares (como relativas à cibersegurança, prontidão e resiliência estratégica).