O advogado de Hugo Carneiro considerou esta terça-feira nas alegações finais do julgamento da Operação Pretoriano, no Porto, que o seu cliente errou ao ir à Assembleia Geral (AG) do FC Porto. No entanto, disse Paulo Figueiredo, isso não é crime.
Hugo Carneiro, conhecido por “Polaco”, “estava no local errado, mas muito desejado por este, e à hora errada”, afirmou o advogado Paulo Figueiredo no Tribunal de São João Novo.
O processo tem como arguidos Fernando Madureira, ex-líder dos Super Dragões, a mulher Sandra Madureira, Vítor Catão e ainda mais nove arguidos. Estes são acusados de crimes alegadamente cometidos na AG do FC Porto realizada em novembro de 2023.
Está em causa uma eventual tentativa de a claque Super Dragões “criar um clima de intimidação e medo” na AG do FC Porto, na qual houve vários incidentes e agressões, para que fosse aprovada a revisão estatutária, “do interesse da direção” azul e branca, então liderada pelo ex-presidente do clube Pinto da Costa, sustenta a acusação do Ministério Público (MP).
“Ninguém o acusou de nenhuma atitude hostil, nem ninguém se sentiu ameaçado”, disse o advogado de “Polaco”, referindo que o seu cliente entrou na assembleia porque o deixaram, mesmo sem ter direito a participar e a votar, por não ser sócio.
Ainda de acordo com Paulo Figueiredo, o “Polaco” “não tinha direito, mas já tinha feito o mesmo em assembleias anteriores, por apoio a Pinto da Costa [histórico presidente do clube entretanto falecido] e ao seu amor incondicional ao FC Porto”.
“Se havia um plano, não contou com a colaboração de Hugo Carneiro. Se havia um objetivo, era desconhecido de Hugo Carneiro“, realçou Paulo Figueiredo, considerando a coautoria apontada pelo Ministério Público como “um puro exercício de imaginação”.
O MP pediu na segunda-feira penas de prisão efetiva superiores a cinco anos para os arguidos Fernando e Sandra Madureira, Vítor Catão, Hugo “Polaco”, Vítor “Aleixo”, e o seu filho, que tem o mesmo nome, no âmbito da Operação Pretoriano.