Doente oncológica interrompe tratamento por “rutura de stock” de medicamento

Em causa está o fármaco Exemestano, utilizado em tratamentos hormonais que se prolongam por vários anos para evitar recidivas do cancro da mama

Uma doente oncológica teve de interromper, nos últimos dias, um tratamento hormonal por não lhe ter sido disponibilizado o medicamento Unidade Local de Saúde São José, em Lisboa, que admite ter um ‘stock’ limitado neste momento.

Em causa está o fármaco Exemestano, utilizado em tratamentos hormonais que se prolongam por vários anos para evitar recidivas do cancro da mama.

Segundo a doente, não foi possível levantar o medicamento na farmácia do Hospital Curry Cabral, como é habitual, devido a uma “rutura de stock”.

A Unidade Local de Saúde São José (ULSSJ), que integra o Curry Cabral, rejeitou que o medicamento se encontre em rutura, embora reconheça que se verifica, neste momento, um “stock limitado”.

“O problema não é só meu e há mais pessoas nessa situação”, disse a utente, que foi informada que só voltaria a ter acesso ao medicamento na farmácia do hospital “dentro de uma a duas semanas”.Os comprimidos em causa são de toma diária, e segundo a utente, a medicação hormonal “implica uma grande alteração fisiológica e psicológica com bastante impacto na qualidade de vida”.

A ULSSJ garante que o medicamento em causa continua a ser disponibilizado aos doentes oncológicos, “eventualmente em quantitativo inferior ao habitual”, tendo em conta a limitação de `stock´ existente.

“A ULS São José já reforçou junto do laboratório fornecedor a necessidade de entrega do fármaco, aguardando que a mesma se concretize nos próximos dias”, referiu ainda a mesma fonte.

Contactada pela agência Lusa, a Autoridade Nacional do Medicamento (Infarmed) adiantou que “não existe rutura” do fármaco e que não tem “reporte de constrangimentos da parte dos hospitais”.