Portugal passa de ‘lixo’ a nota ‘A’ na avaliação das principais agências de rating

Segundo os dados mais recentes disponíveis, a dívida pública fixou-se em 96,3% do PIB no primeiro trimestre do ano e o excedente orçamental foi de 0,2% nesse período

O rating de Portugal situa-se próximo dos níveis mais elevados nas classificações principais agências de notação financeira, depois de há oito anos estar no patamar “lixo”. Isto depois de reduzir a dívida e equilibrar as contas públicas.

Nos últimos anos, os governos têm estabelecido como objetivo a redução da dívida pública e saldos orçamentais positivos ou o mais próximo disso possível. O objetivo melhorou a imagem de Portugal perante os investidores.

O rating de Portugal tem acompanhado esta mudança na gestão das contas públicas. A DBRS avalia a dívida soberana em A (elevado) e a Moody’s em A3. A Fitch tem atualmente a classificação de A-, mas com uma revisão marcada para esta sexta-feira. A S&P melhorou, a 29 de agosto, o rating de de “A” para “A+”.

“Apesar de um ambiente comercial e geopolítico altamente incerto, Portugal deverá registar excedentes moderados e continuará a melhorar as suas métricas financeiras externas, caracterizadas por uma significativa desalavancagem da economia”, apontou a agência de notação financeira, na justificação da decisão.

Em comunicado após a decisão da S&P de subir o rating de Portugal, o Ministério das Finanças salientou que a agência de notação financeira “é clara ao afirmar que a melhoria do rating resulta da política orçamental prudente e sólida que Portugal tem seguido, alinhando-se com o Governo na perspetiva de um excedente orçamental este ano”.

O Governo, citado pela agência Lusa, destacou também que, “neste momento, no rating da S&P há apenas nove países da zona euro com notação superior ao de Portugal (Alemanha, Luxemburgo, Países Baixos, Áustria, Finlândia, França, Irlanda, Bélgica e Eslovénia)”, sendo que “países como Espanha e Itália apresentam hoje um rating inferior”.

Em 2017, o rácio da dívida pública situava-se em 126% do Produto Interno Bruto (PIB). Desde então há uma trajetória de redução apenas interrompida pela pandemia, em 2020, e depois retomada. Naquele ano Portugal registou um défice orçamental de 3% do PIB.

Atualmente, segundo os dados mais recentes disponíveis, a dívida pública fixou-se em 96,3% do PIB no primeiro trimestre do ano e o excedente orçamental foi de 0,2% nesse período.