A semana (19 a 25 de setembro)

Acho sobretudo profundamente patético e revoltante que os activistas LGBT apoiem tanto o Hamas. Já que estão a caminho de Gaza, fiquem lá uns dias e vejam como o Hamas trata os homossexuais.

Sexta 19

Governo sombra
O Chega apresentou um governo sombra. Muito antes de existir o Chega, já defendia que o principal partido de Oposição deveria apresentar um governo sombra. Aumenta o escrutínio sobre o Governo, o que é positivo para a democracia. O Chega fez bem em apresentá-lo.

Resta agora saber se a apresentação do governo sombra será mais do que uma operação de marketing político. Esperemos que Ventura dê espaço aos membros do governo sombra para se salientarem como novos elementos de qualidade na política portuguesa.

Sábado 20

Cibersegurança
Os ataques de cibersegurança em aeroportos europeus têm claramente as impressões digitais russas. Se a isso juntarmos os ataques de drones a países europeus e voos de caças russos no espaço aéreo da NATO, não pode haver qualquer dúvida: está em curso uma guerra híbrida entre a Rússia e a Europa. É hoje a maior ameaça à segurança europeia desde o fim da Guerra Fria. Parece que até Trump já percebeu.

Domingo 21

Palestina
O reconhecimento do ‘Estado’ da Palestina pelo Governo foi um erro monumental. Em primeiro lugar, o reconhecimento constitui uma vitória política para o Hamas. Não era isso que o Governo pretendia, mas foi isso que aconteceu. E o Governo devia ter percebido.

No fim de Julho (há dois meses), o Governo estabeleceu um conjunto de critérios para reconhecer o ‘Estado’ da Palestina. Entre eles, estavam a libertação dos reféns, a rendição do Hamas e o reconhecimento do Estado de Israel pelo Hamas e pela Autoridade Palestiniana. Nada disso aconteceu. Impõe-se assim a pergunta: o que mudou em dois meses?

Por razões diferentes, António Guterres e o MNE queriam reconhecer o ‘Estado’ da Palestina. O SG da ONU queria muito que o seu país também reconhecesse o ‘Estado’ da Palestina. Esta transformou-se na principal causa internacional para Guterres. Quem quiser saber quais são as prioridades de Guterres, olhe para a política externa chinesa. A China é um grande apoiante da causa palestiniana, e Guterres faz o que a China quer.

Guterres convenceu Marcelo Rebelo de Sousa para o ajudar, e o Presidente, que nada percebe sobre política do Médio Oriente, e não tem convicções sobre questões globais, acha sempre graça a uma jogada política que entale o PM. O MNE está convencido que o reconhecimento do ‘Estado’ da Palestina é essencial para Portugal ser eleito, na Primavera do próximo ano, membro não permanente da ONU durante dois anos. Para isso, precisa dos votos dos países muçulmanos e africanos na Assembleia Geral da ONU. Depois do reconhecimento, terá esses votos.

Para convencer Montenegro, Rangel usou o argumento de que a Alemanha também iria reconhecer o ‘Estado’ da Palestina e que o PPE no Parlamento Europeu também era favorável. Bom, a maioria dos deputados do PPE são contra o reconhecimento do ‘Estado’ da Palestina. Até agora a Alemanha não reconheceu. Concordo que seria difícil Portugal ficar atrás da Alemanha nesta questão. Mas vamos ver se Berlim vai reconhecer o ‘Estado’ da Palestina.

O CDS esteve muito bem em discordar do reconhecimento do ‘Estado’ da Palestina. Como é óbvio, não se pode reconhecer o que não existe. As minhas felicitações a Nuno Melo. Manteve-se fiel às condições estabelecidas pelo Governo no fim de Julho.

Segunda 22

Destruição em Milão
Uma manifestação em Milão de grupos de extrema-esquerda com grupos radicais islâmicos deixou um rasto de destruição no centro da cidade, polícias feridos e manifestantes presos. Esta manifestação foi mais um exemplo da perigosa aliança entre as extremas esquerdas e o islamismo radical na Europa. Um relatório recente dos serviços de informação franceses aponta esta aliança como uma das maiores ameaças à segurança da França. Os serviços de informação alemão e britânico também já enviaram relatórios idênticos aos seus Governos.

A Palestina é uma das causas que une as extremas-esquerdas e o radicalismo islâmico, apoiado e financiado pelo regime totalitário do Irão. Seguindo a sua tradição pro-totalitária, as extremas fizeram dos combatentes do Hamas os ‘Che Guevaras’ do século XXI. Em política, também prevalece o famoso dito: diz-me com que te alias, dir-te-ei quem és.

Terça 23

O Special one-one
Hoje, não resisto a falar do Benfica. Um aviso desde já aos leitores: sou adepto e sócio do FC Porto, apesar de ser um lisboeta. Não deixei que a minha cidade interferisse na minha felicidade. Como com todos os portistas, Mourinho tem um canto especial no meu coração de adepto de futebol. Os portistas têm memória e gratidão. Com ele a treinador, ganhámos tudo o que havia para ganhar.

Mas ele agora está no Benfica. Para azar dos benfiquistas, desconfio que já não é o ‘Mourinho’ que treinou o Porto. O ‘Mourinho’ do Porto era um treinador cheio de ambição, com uma enorme fome de vitórias e com um futebol inovador. O ‘Mourinho’ do Benfica continua a ser um provocador (inteligente e com graça), e gosto disso nele. Mas tornou-se milionário, acomodado, com um jogo feio, muito previsível, e está muito satisfeito consigo próprio. Desconfio que os benfiquistas vão perceber que o discurso, por mais inteligente que seja, não é suficiente para fazer uma grande equipa de futebol. Apesar de Mourinho agora dividir dois jogos de futebol em ‘quatro partes’, os meus amigos benfiquistas acharam que o Benfica não jogou nada com o Rio Ave. 

Quarta 24

Lei da imigração
O Governo apresentou uma nova lei da imigração, com mudanças importantes na questão do reagrupamento familiar, que a torna mais humanista e justa. Vamos ver se o Chega percebe o óbvio: nenhum Estado deve separar famílias.

O Governo também apresentou medidas muito positivas para o setor da habitação. Reduziu a carga fiscal para quem arrenda, acabou com o controlo de preços das rendas, e quer tornar os licenciamentos mais rápidos. Para quem defende uma economia liberal, são boas medidas. Além disso, são medidas que podem aumentar a oferta (apesar de serem insuficientes). No setor da habitação em Portugal, a procura continuará a aumentar. Por isso, tem que se aumentar, e muito, a oferta.

Quinta 25

A flotilha radical
A Espanha e a Itália anunciaram que vão enviar barcos militares para defender a flotilha dos radicais em cruzeiro pelo Mediterrâneo. Grande erro de Meloni e de Sanchez. Espero que o Governo português não cometa o mesmo erro. A flotilha é uma iniciativa privada de cidadãos, que nada tem a ver com o Estado português. Mariana Mortágua não viajou como deputada (aliás, acabou de suspender o seu mandato), mas como uma ativista política. Sabia o que estava a fazer, por isso saberá enfrentar as consequências das suas decisões. Chama-se a isso ser adulto.

A flotilha é mais um exemplo da aliança entre as extremas esquerdas e o radicalismo islâmico. Obviamente, os choques entre os dois grupos seriam inevitáveis, e levaram já ativistas de esquerda a abandonar os barcos. Acho sobretudo profundamente patético e revoltante que os activistas LGBT apoiem tanto o Hamas. Já que estão a caminho de Gaza, fiquem lá uns dias e vejam como o Hamas trata os homossexuais. É absolutamente espantoso que aqueles que lutam pelos direitos dos homossexuais nos países europeus se aliem a quem não permite a homossexualidade e prenda e mate pessoas só porque são homossexuais. Talvez um dia a Mariana Mortágua consiga explicar essas contradições da mente humana.