Professores em manifestação

“Temos mesmo que encontrar uma solução para estes quatro mil professores que todos os anos se vão aposentar ao longo das próximas duas décadas”

Uma manifestação de professores convocada pela Fenprof arrancou este sábado, em Lisboa, em direção à sede do Governo, com o secretário-geral da federação sindical a defender ações imediatas para valorizar a carreira docente e suprir a falta de docentes.

Minutos antes da manifestação começar, o secretário-geral da Federação Nacional dos Professores (Fenprof afirmou ser necessário, “com urgência, valorizar a carreira e o estatuto da profissão, melhorar salários, ter uma carreira mais curta, resolver os problemas dos horários de trabalho”.

Segundo Francisco Gonçalves, citado pela agência Lusa, é necessária uma “revalorização urgente do estatuto da carreira docente e não como pretende fazer o ministério — prolongar isto até 2027 não resolve o problema”.

Para assinalar o Dia Mundial do Professor, que se celebra a 5 de outubro, a Fenprof organizou uma concentração e desfile, no centro de Lisboa, do Jardim do Arco do Cego até à nova sede do Governo, onde se encontra a Presidência do Conselho de Ministros.

“A questão do pacote laboral, se vier a ser aprovado nos modos em que está, o direito à greve é claramente colocado em causa na educação. A questão da reorganização dos serviços do Ministério da Educação, a reforma do Estado, que nós chamamos o desmantelamento do Ministério da Educação, e depois, claro, a questão que tem a ver com a revisão do estatuto da carreira docente, que está muito ligada àquele grande problema que cada vez assume proporções maiores, o problema da falta de professores”, elencou Francisco Gonçalves.

“Temos mesmo que encontrar uma solução para estes quatro mil professores que todos os anos se vão aposentar ao longo das próximas duas décadas”, vincou.

Segundo dados do Ministério da Educação, Ciência e Inovação (MECI), conhecidos a 22 de setembro, uma semana após o arranque oficial do ano letivo 2025/2026, 78% das escolas públicas têm falta de, pelo menos, um professor, havendo 38 estabelecimentos com mais de 10 horários por preencher, a esmagadora maioria nas zonas de Lisboa e Península de Setúbal.