O Presidente chinês defendeu esta segunda-feira o reforço da participação das mulheres na política e nos processos de decisão. Xi Jinping, apelou a que os Estados “ampliem os canais” de representação feminina na governação nacional e social.
“É fundamental garantir que a igualdade de género se enraíze verdadeiramente em toda a sociedade”, afirmou Xi no discurso de abertura da Reunião Mundial de Líderes sobre a Mulher, que decorre em Pequim.
Segundo o chefe de Estado chinês “a paz e a estabilidade são condições essenciais para o desenvolvimento integral das mulheres”, pelo que se deve fortalecer os mecanismos de combate à violência e “a todas as formas de abuso dirigidas contra elas”.
Xi alertou que mais de 600 milhões de mulheres e raparigas vivem em zonas afetadas por conflitos e que uma em cada dez permanece em situação de pobreza extrema.
Durante o encontro, o líder chinês anunciou uma doação de 10 milhões de dólares (8,6 milhões de euros) à ONU Mulheres, bem como uma contribuição de 100 milhões de dólares (86 milhões de euros) para o Fundo para o Desenvolvimento Global e a Cooperação Sul-Sul, destinada a projetos de apoio a mulheres e raparigas.
Pequim vai ainda criar um centro global de formação para mulheres.
Segundo a imprensa estatal chinesa, dezenas de chefes de Estado e de Governo, dirigentes parlamentares, vice-primeiros-ministros, ministros e representantes de organizações internacionais participam na reunião, organizada em parceria com a ONU.
A conferência, que visa impulsionar o avanço global rumo à igualdade de género, decorre num contexto em que a presença feminina nos mais altos escalões da política chinesa é praticamente inexistente. Desde o XX Congresso do Partido Comunista Chinês, em 2022, nenhuma mulher integra o Politburo, o principal órgão de decisão do país.
A ausência de figuras femininas na liderança do Partido contrasta com a ampla participação das mulheres na sociedade chinesa: segundo o Banco Mundial, 62% participam na força laboral. No setor empresarial, representam um quarto dos fundadores de empresas e dirigem cerca de 40% das novas marcas de comércio eletrónico.