Amor É: o surpreendente mundo da comida anti-inflamatória

Paulo Lopes é obcecado por comida saudável há 30 anos, mas foi apenas há 15 que decidiu dedicar-se a essa paixão. No restaurante Amor É as pessoas podem comer sem se preocuparem com as calorias.

Amor É: o surpreendente mundo da comida anti-inflamatória

Muitas vezes as pessoas associam alimentação saudável a uma coisa chata, sem sabor e que não enche a barriga. Mas aqui, no restaurante Amor É, no estádio de Alvalade, Paulo Lopes, de 54 anos, prova que essa ideia está errada, criando pratos anti-inflamatórios (como lhes chama), mas cheios de diversão, criatividade, cor e sabor, não fosse o seu lema: Healthy & Delicious Food.

O proprietário do espaço é «obcecado» por comida saudável há 30 anos. No entanto, só há 15 anos é que decidiu largar a profissão de fotojornalista para se dedicar a esta paixão. Agora, revoluciona e desmonta receitas transformando-as em pratos que não fazem mal à saúde. Tudo o que está na carta é feito com elevados critérios, sem óleos ou gorduras saturadas, sem conservantes e com supervisão de nutricionistas.

«Comer é das coisas que mais gosto de fazer. Consigo agarrar pratos que não são bons para a saúde e fazer um prato nutritivo, saudável e saboroso. A ideia é olhar para um prato que gosto, desmontá-lo e perceber o que dá para alterar para ele ser saudável», explica à Versa. «É o meu modo de vida. Comecei a fazer cursos, seminários, workshops, faço leitura diária sobre o assunto de variadíssimos nutricionistas espalhados pelo mundo. Gosto muito de comer!», reforça.

O restaurante tem desde pratos de dieta às pastas ou pratos vegetarianos, da cozinha portuguesa à cozinha asiática ou mexicana, dos hambúrgueres aos tacos ou ceviches. «Há sempre opções para alterar os pratos de acordo com as necessidades de cada cliente. Os nossos pratos não são imposições, são sugestões. Claro que há restrições. A batatas fritas não são negociáveis. Não temos», explica.

Dentro deste leque existem mais de 40 pratos que variam todos os dias durante um mês inteiro. «Ao fim de quatro semanas é que eu volto à primeira semana. Portanto, as pessoas conseguem vir cá comer durante dois meses sem repetir o prato», garante orgulhoso.

Interrogado sobre onde encontra inspiração, Paulo Lopes conta que teve a sorte de viajar muito ao longo da vida. «Fui aos quatro cantos do mundo. Há muitos poucos países que não conheço. O que me atrai e me motiva cada vez mais é fazer férias em sítios distantes, com culturas completamente diferentes. Quero conhecer sabores, pratos, formas de confeção. Há uns meses estive no Japão, voltei cheio de ideias. Antes disso estive na China. Bebo um bocadinho de todos os países. A cozinha é internacional», reforça.

Sentamo-nos na mesa do fundo, com vista para a piscina do Holmes Place. «Vão começar por comer um risoto de pizza. O risotto, ao invés de levar aquelas toneladas de manteiga, leva iogurte grego e umas raspas de parmesão e limão. Só o facto de fazer esta transformação, já vai baixar significativamente o índice glicêmico. A proteína que acrescentei é a pizza. A sua base é frango. Depois leva queijo, tomate cherry, ervas aromáticas», detalha.

A mesma coisa acontece com o bacalhau à Brás. «O tradicional não é bom para a saúde, é feito com batata palha frita cheia de sal. Nós usamos batata doce e cenoura como se fosse batata palha e é confecionado no forno ao invés de ser frito. Claro que fazemos toda aquela envolvência com o ovo. Evitamos fritos, processados, gorduras, açúcares, farinhas refinadas o menos possível», afirma.

Na linha dos salgados, por exemplo, um croquete de vitela leva batata doce e aveia. O exterior que, por norma, é pão ralado, costuma ser feito com sementes de linhaça moída. Os salgados são feitos no forno.

Segundo Paulo Lopes, os seus clientes são pessoas que, tal como ele, gostam de comer «mas que têm cada vez mais atenção ao que comem».

Acabámos esta nossa visita com um tabuleiro cheio de sobremesas. Começamos com a recriação das queijadas madeirenses feita com queijo cottage. «Um queijo hiper proteico e quase sem gorduras nenhumas», explica o dono. Segue-se o bolo de abacaxi sem glúten e a tarte de chocolate sem açúcar e lactose, em base de frutos secos e tâmaras. Os menus do restaurante vão dos 11,20 aos 12,85. «Esta é a prova que se pode comer saudável, com sabor, ficar-se satisfeito e a preços acessíveis», remata.