Quer viajar sozinho? Este livro é mais do que um incentivo

O novo livro “Viajar Sozinha”, de Susana Ribeiro, surge como uma fonte de inspiração e conhecimento para quem quer partir a solo à descoberta do mundo. Eis o que vai encontrar nas 224 páginas.

Viajar sozinho… Dizem que o devemos fazer pelo menos uma vez na vida, mas por vezes falta a motivação, a coragem, as dicas certas. Partir sem companhia parece mais difícil do que é na verdade, pelo menos, segundo Susana Ribeiro, que já viaja há quase 30 anos, tendo feito muitas dessas viagens sozinha. Uma mulher sozinha pelo mundo, sim.

Teve os seus imprevistos, os medos de enfrentar uma cultura diferente, da insegurança, de não falar a língua local, mas tudo isso foi ultrapassado e está agora no novo livro Viajar Sozinha. Mais do que um livro de dicas, Susana pretende que seja «um companheiro e um confidente de viagem».
Quem o lê vai sentir-se mais preparado para arrancar a solo pelo mundo e mais consciente de que passar tempo sozinho pode ser uma mais valia em viagem.

A VERSA falou com Susana Ribeiro, que nos conta o que pretende que seja este novo livro e para quem o escreveu.

O que a motivou finalmente a transformar este projeto no seu primeiro livro em papel?
Penso que apesar de, hoje em dia, termos tudo online, tornou-se cada vez mais difícil ter tudo no mesmo lugar. Perdemos muito tempo à procura do que queremos e gostaria de ter tido este livro na minha mão quando comecei a viajar. Sozinha ou acompanhada, são dicas que nos dão mais informação e que nos podem ajudar a ultrapassar receios ou situações de stress em viagem. Pretendo que o livro seja um companheiro e um confidente de viagem. A motivação veio das participantes do meu workshop Viajar Sozinha e também das viajantes que fazem comigo os meus tours ─ sou líder de viagens e agente de viagens também. São elas que me dão ideias e inspiração para eu escrever dicas que serão úteis para quem quer viajar mais. É normal estar a viajar e pensar “isto nem toda a gente sabe” e tiro notas para depois escrever sobre isso.

Como foi o processo de escrever entre viagens ─ em aeroportos, hotéis, praias e montanhas ─ e de que forma esse nomadismo influenciou a narrativa?
Foi precisamente durante viagens que me surgiram imprevistos e histórias que fazem parte do livro ─ as últimas talvez na Austrália e Nova Zelândia, mesmo antes de o dar como terminado. Passeios que fazia, voos que me trocaram as voltas, fazer as mesmas malas para temperaturas opostas, reflexões sobre as viagens e a vida em geral, sentada à beira-mar… em todas as viagens havia motivos para continuar a escrever dicas. Nos tours, que acompanho como tour líder, conheço muitos viajantes e percebo, agora melhor do que nunca, quais os seus receios em viajarem sozinhos. Às vezes, podem nem ser receios, mas simplesmente não ter tempo de organizar uma viagem. Ou paciência também, pois sabemos que envolve muita pesquisa. O livro é bastante pragmático e penso que responde de forma direta a várias questões de viajantes, mas também é um livro que nos envolve na medida em que toca em situações mais sensíveis. Portanto, foram aparecendo situações que eu considerava que deviam fazer parte de dicas de quem viaja. E não são propriamente dicas só para quem é novato, porque estamos sempre a aprender. Há situações que continuam a acontecer mesmo que sejamos “grandes” viajantes (ou seja, com alguma experiência em viagens). Por exemplo? Esquemas em que caímos sem sequer darmos conta, regras da aviação que não estamos por dentro, alturas menos propícias para visitar certos destinos, etc.

Sendo um livro pensado sobretudo para mulheres que viajam sozinhas, quais são os receios mais comuns que identifica? Como procurou desconstruí-los nestas páginas?
A parte mais difícil foi colocar-me de novo como quem começa a viajar, pois já o faço há quase 30 anos. Mas tenho a sorte de ter contacto com os meus viajantes dos tours que lidero e é nelas que vejo/sinto ─ e falamos sobre isso ─ os seus receios. Mas a parte fácil é perceber, como mulher, as caraterísticas que são intrínsecas à arte de viajar no feminino.
O mundo, em geral, pode não parecer muito seguro para uma mulher viajar sozinha, mas, com os devidos cuidados, e enfrentando os nossos receios, tudo é possível. Esses receios diferem de pessoa para pessoa, pode ser o medo de uma cultura diferente, da violência, de assaltos, de não falar a língua local, de ser uma cultura onde temos de nos justificar porque somos mulheres adultas a viajarmos sem mais ninguém… Mas, não me vou cansar de frisar isto, os medos não desaparecem, mas tornam-se mais pequenos quando temos informação e estamos minimamente preparadas. E, na eventualidade de acontecer algo, o que posso eu fazer? Convém termos certos cuidados e é sobre eles que também falo. Mas, saliento bastante isto… nunca deixem de se divertir nas viagens.

Afirma que Viajar Sozinha não é um guia técnico, mas um guia com “mapas interiores e exteriores”. Pode explicar melhor o que significa este conceito?
O livro não é apenas um conjunto de dicas. Tem também a parte de autodesenvolvimento, que eu gosto muito de abordar. Acredito que as perguntas que vou fazendo ao longo do livro vão pôr as viajantes a pensar no assunto. E até poderão escrever nas páginas em branco, reservadas para essas reflexões. Que transformação traz uma viagem? Sobretudo uma viagem que dependeu totalmente do nosso esforço e organização? Do nosso desprendimento, do nosso sair da zona de conforto, de pôr de lado os medos que sentíamos antes e a forma como os ultrapassamos. Sinto mesmo que a maior viagem começa dentro de nós. Em mexermos em pequenas peças dentro de nós, que nos vão soltando dos medos a que nos prendemos para não viajarmos mais e para os locais para onde sempre sonhamos.
Parece quase poético, bem sei, mas é a mais pura das verdades quando escrevi na contracapa como convite à leitura: «E é assim que nasce o “Viajar Sozinha”: um guia que mostra que cada mulher, ao viajar sozinha, não se perde: reencontra-se. Este livro não ensina apenas a fazer as malas: ensina a escutar a intuição e a respeitar o corpo. É um sussurro de coragem para quem nunca foi, um abraço para quem já partiu, e um farol para todas as que querem, um dia, caminhar sozinhas ─ ou acompanhadas ─ pelo Mundo».

Qual foi a história ou episódio mais marcante das suas viagens que sentiu que não podia ficar de fora do livro?
Não consigo escolher um só. Posso dizer que foi muito difícil chegar ao ponto de dizer “o livro está terminado”. Penso nele como um work in progress no qual as leitoras são participantes do mesmo, porque podem escrever nele a sua história. E, sobretudo, porque ficamos ligados por e-mail e vão receber atualizações de temas do livro, sempre que as mesmas surgirem.
Dito isto… são algumas as histórias que o livro leva, mas são tantas as que ficam de fora. Escolhi as que na altura me fizeram mais sentido. Ou melhor, ao escrever sobre um tema, vinha à memória um episódio… então, tinha mesmo de o colocar. Entre as histórias que publiquei, todas me ensinaram algo e espero que as viajantes percebam que azares acontecem com todos, mas não devemos viver em medo. São histórias que na altura foram muito desafiantes e que hoje olho para elas e rio-me.

Que impacto gostaria que este livro tivesse em quem o lê, especialmente nas mulheres que ainda hesitam em dar o primeiro passo para viajar sozinhas?
Penso que já estou a sentir esse impacto. O feedback tem sido excelente. Algumas mensagens já me emocionaram, posso dizê-lo. Dizem que se riem e choram também com o livro e que “sentem” as minhas histórias.
Quem são os leitores? São amigas que compram o livro para outras amigas; maridos que compram para as mulheres e filhas; mães que compram para as filhas e vice-versa. São tantas as histórias que recebo, e me fazem ficar mesmo muito feliz porque sinto que as vidas das viajantes vão mudar, com os passos que vão dar para visitarem os destinos com que sempre sonharam. E que se lembrem que viajar sozinha, não é estar sempre sozinha… mas isso também podem ler no livro.
Esta é uma edição independente, então tudo é tratado por mim. Não vão encontrar em mais lado nenhum (em nenhuma livraria física ou online) a não ser no ViajeComigo.com (encomenda deve ser feita por e-mail geral@viajecomigo.com), por mensagem no Instagram @viajecomigo_susanaribeiro e em eventos onde eu esteja presente. Teve o apoio da Huawei e da Heymondo (seguros de viagens). Sem eles não poderia ter este livro a viajar por aí. Está à venda por €16.