Quando deixar Belém e requerer a devolução do cartão de militante do PSD, que entregou ao então líder do partido, Pedro Passos Coelho, quando foi eleito Presidente da República pela primeira vez, em janeiro de 2016, suspendendo a militância, Marcelo Rebelo de Sousa deveria ser reconhecido como militante social-democrata número 1 – até aqui na titularidade de Francisco Pinto Balsemão.
É verdade que, há anos, no processo de refiliação liderado pelo secretário-geral Rui Rio, precisamente sob a liderança de Marcelo Rebelo de Sousa, tendo Balsemão conservado a condição de militante número 1, o número 2 foi atribuído à antiga secretária de Francisco Sá Carneiro, Conceição Monteiro, ficando o número 3 para Marcelo.
Mas, em bom rigor histórico, não devia ser assim.
Quando o PSD foi fundado, em 6 de maio de 1973, os cartões de militantes números 1, 2 e 3 foram atribuídos aos três fundadores: Francisco Sá Carneiro, Francisco Pinto Balsemão e Magalhães Mota. Agora já todos falecidos.
E, por decisão da Comissão Política da altura, os números 4 a 500 ficaram reservados para figuras insignes ou personalidades que se destacassem na defesa da social-democracia, do partido ou dos seus princípios programáticos. Que nunca foram atribuídos.
Sendo que, a seguir aos três primeiros, o cartão de militante nº 501 foi entregue a Marcelo Rebelo de Sousa, o 502 a António Patrício Gouveia (também já falecido) e o 503 a Henrique Chaves. Conceição Monteiro ficou com um dos cartões imediatamente seguintes. Mas o 501, ou seja, o primeiro a seguir aos três fundadores, ficou com Marcelo Rebelo de Sousa.
Ou seja, Marcelo deverá ser reconhecido como sucessor de Francisco Pinto Balsemão como militante número 1 do PSD – e não Conceição Monteiro.