O Governo anunciou a atualização do subsídio de refeição para os funcionários públicos, mas os sindicatos consideram o aumento insuficiente. José Abraão, secretário-geral da Fesap, criticou a proposta de acréscimo de apenas 10 cêntimos, afirmando que “nem dá para comprar um pão hoje”.
À saída da reunião com a secretária de Estado da Administração Pública, Abraão saudou a abertura do Governo para rever o subsídio, que não era atualizado desde 2023, mas deixou claro que a Fesap continuará a reivindicar um aumento para 10 euros por dia, isento de impostos. A Frente Comum defende 12 euros, enquanto o STE admite reduzir a sua proposta inicial de 12 euros para 10 euros em 2026.
“O Governo justificou o valor com a dificuldade do Orçamento para 2026, mas governar é optar. Esperamos que avance mais, de forma a compensar a inflação e valorizar o trabalho dos funcionários públicos”, afirmou o sindicalista.
Além do subsídio de refeição, os sindicatos pediram a revisão de carreiras como meteorologia, geofísica e trabalhadores de museus, e a aplicação de redução de IRS às contribuições da ADSE, à semelhança dos seguros de saúde.
Apesar da abertura para rever o subsídio, o Governo não apresentou qualquer proposta de atualização geral dos salários, mantendo os valores do acordo plurianual em vigor e propondo apenas um aumento mínimo de 2,3% para 2026, com extensão do acordo até 2029.
O Ministério das Finanças indicou ainda que a proposta contempla outras medidas, como a revisão das ajudas de custo, do SIADAP e do Estatuto remuneratório do Pessoal Dirigente, em linha com o programa do Governo.