Dia 17 de novembro às 10h da manhã. É esta a data marcada pelo ISCTE para as provas de doutoramento da ex-ministra e atual deputada Mariana Vieira da Silva, que vai defender uma tese sobre políticas públicas da saúde e educação.
A informação está no site daquela universidade lisboeta e vem acompanhada de um detalhe surpreendente: Mariana Vieira da Silva é identificada como ‘Ministra da Presidência e da Modernização Administrativa’, cargo que deixou há seis anos.
Ainda na página do ISCTE, a fotografia da doutoranda também a liga à governação, mas a um período anterior ao de ministra. Não é uma foto tipo-passe, comum na burocracia académica, mas o retrato oficial de Mariana Vieira da Silva de quando era secretária de Estado adjunta do primeiro-ministro, entre 2015 e 2019, no primeiro Governo de António Costa.
Ainda nesse primeiro Governo, Mariana Vieira da Silva subiu a ministra da Presidência e da Modernização Administrativa, cargo que exerceu entre fevereiro e outubro de 2019. É este o cargo que aparece referido no site do ISCTE, se bem que o doutoramento da dirigente do PS tenha começado três anos antes, o que torna o lapso mais bizarro.
Ao Nascer do SOL, dois doutorandos explicaram que identificar a profissão ou o cargo de alguém que vai prestar provas é «absurdo» e «fora de contexto». Os termos consagrados são: candidato, estudante ou doutorando.
Mariana Vieira da Silva disse-nos na quinta-feira que «desconhecia» o lapso do ISCTE. Sem explicação para o sucedido, rematou que na sequência do contacto do Nascer do SOL solicitou uma correção no ISCTE.