“Não, não me demito”, diz Ministra da Saúde

“Refletimos muito sobre as opções que este orçamento encerra, e encerra realismo e um acreditar profundo que a saúde dos portugueses é um dos valores mais importantes, se não o mais importante, de uma sociedade”

A ministra da Saúde, Ana Paula Martins foi ouvida esta sexta-feira na Assembleia da República, onde recusou demitir-se. Questionada pela deputada do Chega Marta Silva sobre o caso da morte de uma grávida, durante a madrugada desta sexta-feira, na Unidade Local de Saúde (ULS) Amadora-Sintra e recordada que Marta Temido se demitiu na sequência de um caso semelhante, a ministra atirou: “Não, não me demito”.

“É impossível não recordar que perante um caso semelhante, a então ministra da Saúde Marta Temido apresentou a sua demissão. Nessa altura, o PSD foi o primeiro a exigir responsabilidades políticas imediatas. Onde está essa exigência, essa coerência? Vai ou não assumir responsabilidades políticas por estas mortes?”, tinha perguntado Marta Silva.

Antes tinha afirmado que p Orçamento do Estado para 2026 (OE2026) apresenta “uma reflexão muito além de uma simples manobra” para “ser popular” por “aumentar mais uma vez o orçamento da Saúde”. No entanto, a governante assumiu que continuar a aumentar o valor do OE da área da Saúde todos os anos não será possível e defendeu uma gestão mais eficiente. 

“Todos sabem que o Orçamento da saúde não pode subir indefinidamente”, referiu, acrescentando: “Os senhores deputados, enquanto representantes do povo, têm de ter a coragem de assumir isso. Podemos prometer o infinito mas tal não será possível”.

Citada pela agência Lusa, Ana Paula Martins deixou também um alerta: “Refletimos muito sobre as opções que este orçamento encerra, e encerra realismo e um acreditar profundo que a saúde dos portugueses é um dos valores mais importantes, se não o mais importante, de uma sociedade”.

“Não chega bater no peito e dizer que temos de ter mais dinheiro. O tema não é ter mais dinheiro mas ter dinheiro para o que é preciso e criar um sistema de saúde mais justo e mais eficiente, que não dependa do código postal e da condição de saúde de cada um. É um caminho longo e difícil e do qual não abdicamos”, afirmou.