O antigo presidente do Observatório de Segurança, Criminalidade Organizada e Terrorismo (OSCOT), José Manuel Anes, publicou uma nova mensagem no Facebook, duas semanas após ter sido agredido violentamente pela filha, que se encontra em prisão preventiva no Hospital-Prisão de Caxias.
Recuperação e descanso em ambiente isolado
Na publicação, José Manuel Anes revelou que, após duas semanas na Unidade de Urgência Cirúrgica do Hospital de São José, em Lisboa, está agora “na maravilhosa quinta de um amigo nos arredores de Lisboa, local ideal para repouso e recuperação”.
“Depois de duas semanas na Urgência Cirúrgica do Hospital de S. José, estou agora na maravilhosa quinta de um amigo nos arredores de Lisboa, local ideal para repouso e recuperação”.
Na mesma mensagem acrescenta:
“Estou também longe das mentiras propaladas pelo cérebro doentio e maléfico da minha filha.”
Quem é a agressora e onde está detida
A filha de José Manuel Anes, Ana Anes, também referida como Ana Rawson nas suas redes sociais, está indiciada pela prática de homicídio qualificado na forma tentada, por tentativa de homicídio ao pai.
A detenção foi feita pela Polícia Judiciária (PJ), poucas horas após a agressão, e após primeiro interrogatório ficou em prisão preventiva no Hospital‑Prisional de Caxias.
Pormenores do ataque
O ataque ocorreu a 20 de outubro de 2025, na residência de José Manuel Anes, na zona de Arroios (Lisboa).
Segundo a descrição policial, a vítima apresentava “vários ferimentos e lacerações no abdómen, mãos e pernas, aparentemente provocados por um objeto cortante”, bem como “hematomas nos olhos provocados pelos dedos da suspeita”.
Ana Anes terá pressionado empurrado, com os dedos, os olhos da pai, numa tentativa de o cegar.
As mensagens crípticas que a filha publicou nas redes sociais
Poucas horas após o ataque, a filha publicou nas redes sociais mensagens estranhas em tom confuso, que sugeriam um estado alterado.
“Acho que deixei o meu pai sem olhos, mas devem ouvir dizer que ele morreu pacificamente”, lia-se numa publicação. “O meu paizinho hoje está ‘on fire’. Finalmente, ao fim de quatro anos, entrei na casa da Carla Pinheiro e ele … a chamar-me ‘p****’ e a dizer que me odeia. Lá disse que tinha uma fortuna paga ao longo dos anos pela Mossad numa conta em nome da Carla Pinheiro”, lê-se noutra.
Contexto familiar e financeiro
Há também a tese de que o ataque teria sido motivado por tensões familiares de longa data, nomeadamente a exigência da filha de receber apoio ou herança do pai, bem como questões relacionadas com a “mesada” que este lhe dava.