Zohran Mamdani fez história ao ser eleito terça-feira à noite ‘mayor’ de Nova Iorque pelo Partido Democrata, tornando-se o primeiro muçulmano a liderar a maior cidade dos EUA.
Com apenas 34 anos, Mamdani conseguiu derrotar Andrew Cuomo, um veterano político que contava com o apoio de nomes como o ex-Presidente Bill Clinton ou o empresário e ex-autarca da cidade, Michael Bloomberg.
Filho da cineasta Mira Nair, conhecida por filmes como “Casamento à Indiana”, e do professor universitário Mahmood Mamdani, Zohran nasceu no Uganda e passou parte da infância na África do Su. Aos sete anos mudou-se com a família para Nova Iorque.
Fez o ensino secundário na Escola de Ciências do Bronx e depois estudou Estudos Africanos no Bowdoin College, no estado do Maine. Aí fundou uma filial dos “Estudantes pela Justiça na Palestina”, o que lhe valeu a classificação de “antissemita”.
Mamdani sempre pediu às pessoas que não confundissem antissemitismo com críticas legítimas a Israel, uma ideia que – junto com as suas outras propostas – repercutiu entre uma população jovem que protestou nas ruas e universidades contra a guerra em Gaza.
Na corrida às primárias democratas iriam ditar o candidato à liderança da autarquia nova-iorquina, Mamdani ganhou destaque nas sondagens, impulsionado por interações presenciais, vídeos virais nas redes sociais e propostas políticas que parecem ter atraído os eleitores mais jovens.
No seu perfil na rede social X, Mamdani descreve-se como o candidato “democrata socialista”, que pretende “congelar as rendas, tornar os autocarros rápidos e gratuitos e oferecer creches universais e gratuitas”. A sua campanha esteve alicerçada no objetivo de tornar Nova Iorque numa cidade mais barata para quem nela mora.
Os críticos consideram as suas propostas irrealistas, mas o novo ‘mayor’ nova-iorquino também tem sido alvo de ataques racistas e islamofóbicos, com a polícia a investigar ameaças de ódio contra Mamdani.
Outras eleições
Mas não foi só a eleição para a câmara de Nova Iorque que marcou a noite dos EUA. Os eleitores norte-americanos foram chamados às urnas nos estados de Nova Iorque, Nova Jérsia, Pensilvânia, Virgínia, Texas, Minnesota, Maine e Colorado para uma multiplicidade de eleições que incluíram a escolha de presidentes de câmara, governadores, conselhos locais e responsáveis judiciais, mas também para referendos sobre diversas questões de interesse local ou estadual.
A vitória do Partido Democrata pautou a noite, com destaque para os estados da Virgínia e de Nova Jérsia, onde os eleitores foram chamados a escolher os governadores. No caso da Virgínia, estado que até aqui tinha como governador o republicano Glenn Youngkin, a eleição foi ganha pela democrata e antiga agente da CIA, Abigail Spanberger, que obteve mais de 57% dos votos, – a candidata republicana, Winsome Earle-Sears, que atualmente ocupava o cargo de vice-governadora obteve 42,3% dos votos.
No estado da Nova Jérsia, a situação foi diferente. Mikie Sherrill, a candidata do Partido Democrata, venceu com 56,2% dos votos, derrotando o candidato republicano, Jack Ciattarelli, que obteve 43,2%.