Relativamente ao artigo do Sol de 5 de Dezembro, assinado por Bruno Horta e intitulado “Psicólogo defende inquérito polémico no CEJ”, cumpre-me, como director do PÁGINA UM, exercer o seu direito de resposta face a afirmações falsas e potencialmente lesivas da minha credibilidade.
Escreve-se no artigo que o psicólogo Mauro Paulino “denunciou que a versão divulgada pela comunicação social não correspondia à versão final”, acrescentando que essa versão teria sido “divulgada pelo PÁGINA UM, que negou inclusive o Direito de Resposta aos visados”. Tal imputação é falsa.
O PÁGINA UM convidou expressamente Mauro Paulino, antes da publicação das notícias, a esclarecer todos os pontos relevantes sobre a utilização do PAI no Centro de Estudos Judiciários. Nunca respondeu. Apenas após o impacto mediático da divulgação do teste procurou impor um “direito de resposta” composto por seis páginas, desproporcional, manifestamente não enquadrável na Lei de Imprensa, não visando corrigir factos, mas sim produzir uma defesa editorial alargada.
É igualmente falso que o teste divulgado pelo PÁGINA UM não corresponda à versão final aplicada aos candidatos. Toda a documentação publicada é autêntica e obtida de forma legítima. A acusação de que não corresponde à versão final não é sustentada por qualquer prova.
Por fim, causa perplexidade que o jornalista Bruno Horta escreva que o “teste alegadamente tem perguntas como ‘tenho diarreia com frequência’”.
Se o termo “alegadamente” serve, no seu entendimento, para relativizar factos documentados, então, por coerência, poder-se-ia afirmar que Bruno Horta é “alegadamente jornalista”. O PÁGINA UM, contudo, não recorre a esse tipo de artifício estilístico e limita-se aos factos: as perguntas existem e constam do teste aplicado.
O rigor jornalístico exige que um órgão de comunicação não seja utilizado por terceiros para atacar outro meio de imprensa sem verificação factual. O Sol não o fez, dando voz a acusações infundadas.
Pedro Almeida Vieira
Director do PÁGINA UM