Uma casa de meios pisos

A Halffloors nasceu do gosto minimalista de Pedro Brito e da necessidade de ganhar espaço. Construiu em Espinho uma casa feita apenas de meios pisos, nove no total.

Em Espinho, terra natal de Pedro Brito, surgiu a moradia Halffloors, uma casa com nove meios pisos. Um projecto que nasceu do seu gosto minimalista e também da necessidade de ganhar mais espaço numa casa, que iria ser construída num terreno pequeno.

Pedro Brito explica ao SOL que esta ideia surgiu depois de ter a oportunidade de adquirir uma velha casa, numa zona central da sua cidade. A questão prendia-se com a área do terreno (80 m2 – 6 mts de frente por 13 mts de profundidade), espaço pequeno face aos requisitos que pretendia para a ‘sua’ casa: tipologia T3, com duas salas (estar e jantar), um escritório e garagem para dois automóveis. “Surgiram uma série de estudos, os primeiros ‘não aceites’, o que levou ao atraso de cerca de um ano no projecto. Foi aí que surgiu a ideia do uso dos meios pisos (half-floors). Nesse momento nasceu a Halffloors”, revela.

Pedro Brito explica o conceito referindo que se trata de uma casa simples, organizada de forma vertical e hierárquica. As áreas sociais são nos pisos inferiores e as privadas nos níveis superiores. Para alcançar grandes amplitudes visuais e interconexões dinâmicas entre espaços, o interior foi estruturado em meios pisos. A largura do terreno decidiu a escada. “Na verdade, ela tornou-se o coração da casa”, adianta.

Posicionado adjacente a esses espaços está um pátio que, juntamente com a estrutura do meio piso, induz a continuidade vertical, criando uma conexão suave horizontal. O pátio visa projectar uma sensação de profundidade e expansão para os espaços.

Moradia minimalista

“Trata-se de uma moradia minimalista com um design único. Todas as peças do seu interior foram especificamente desenhadas: guarda-fatos, apara- dores, cozinha, mobiliário dos quartos e escritório. As cores predominantes são o branco e o preto, criando uma unidade entre os espaços e tornando tudo muito leve e clean, com excepção do sofá, especificamente desenhado para a moradia”, refere.

A Halffloors é ainda planeada e projectada tendo em conta preocupações ambientais, daí ser uma moradia unifamiliar com certificação energética de Classe A+. Encontra-se implantada num terreno citadino com 80 m2, localizado no centro da cidade, no qual se construiu a moradia com 277 m2 úteis, T3, com duas salas (jantar e estar), três zonas de lazer exteriores, uma piscina no vão do telhado e a garagem para dois carros. Para acompanhar e colocar de pé este projecto, Pedro Brito contou com a ajuda e o trabalho do arquitecto Alexandre Sousa. “Do exterior, ninguém consegue perceber o espaço e a dimensão que a casa ganha no interior. Quem aqui entra fica surpreendido”, garante o proprietário.

Mas reconhece que construir a casa dos seus sonhos foi uma tarefa difícil e que a perspectiva dos dois anos para concretizar a obra não foi conseguida. Depois de muitas burocracias, entraves na autarquia e planos alterados, fizeram com que o projecto levasse o dobro do tempo e custo previsto.

Contudo, Pedro Brito acredita que este era o projecto que idealizou para a sua casa e cada recanto, degrau ou espaço tem a sua marca e a sua personalidade. Neste momento a Halffloors está a concorrer a dois prémios internacionais de design: o IF Design Awards e ao Red Dot Design Awards.

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