Vestir-se ‘à Fernando Pessoa’ e ir ao largo de S. Carlos

No dia seguinte à celebração mundial da Poesia, em Lisboa, o Centro Cultural de Belém (CCB) abre portas aos poetas com destaque Vitorino Nemésio, e no largo de S. Carlos realiza-se uma concentração de “Fernandos Pessoas”.

O Teatro da Trindade propõe que os cidadãos se "vistam à Fernando Pessoa com gabardina, laço e chapéu", e se concentrem, às 15:00, no largo de S. Carlos, onde nasceu o poeta há quase 151 anos.

Da varanda da casa onde nasceu o autor da "Mensagem", a atriz Dalila do Carmo lê o inédito "Manifesto pela Poesia", de Gonçalo M. Tavares, seguindo-se o cortejo dos diferentes "Pessoas" até ao Teatro da Trindade, numa distância de cerca de 400 metros.

Às 17:00, realiza-se neste teatro um espectáculo com participação, entre outros, da fadista Maria da Fé e dos atores Diogo Dória, André Gago, Maria do Céu Guerra, Paulo Pires, Filomena Cautela, Ângela Pinto e Inês Castel-Branco, e da ex-deputada do PCP Odete Santos, e que é aberto pela directora da Casa Fernando Pessoa, Inês Pedrosa.

Pelo sétimo ano consecutivo o CCB celebra o Dia Mundial da Poesia no primeiro fim-de-semana, a seguir à data. Vitorino Nemésio é o poeta em destaque, sendo exibido o documentário de Maria João Rocha "Viagem", sobre o autor de "Mau tempo no canal".

A parceria do CCB com a Casa da América Latina repete-se este ano, dedicando um programa à poesia mexicana contemporânea, no contexto das celebrações dos 150 anos de amizade entre Portugal e o México.

"Serão homenageados três dos maiores poetas de sempre e recentemente desaparecidos, Juan Gelman, Álvaro Mutis e José Emilio Pacheco, os dois primeiros, argentino e colombiano, respectivamente, mas que viveram e morreram no México", escreve o CCB.

O poeta brasileiro Augusto dos Anjos é recordado no centenário da sua morte, com a leitura de poemas de sua autoria e, a terminar a tarde, os poetas mexicanos Jorge Valdés Díaz-Vélez e Marco Antonio Campos irão ler poemas seus.

Neste âmbito, vão ser apresentadas duas novas antologias, "Onze Poetas do Modernismo Hispano-Americano", da Não (Edições), e "Os Cinco Enterros de Pessoa", de Juan Manuel Roca, da Editora Glaciar.

Lusa/SOL