Rui Unas: ‘Há pessoas que ficam desiludidas porque não sou o Rui Maluco’

Entrevista marcada para a praceta, na Amora, que serviu de palco à infância de Rui Unas. Domingo de manhã. Com a Meia Maratona de Lisboa, a Ponte 25 de Abril fechada ao trânsito é uma boa metáfora da separação entre as duas margens. Rui Unas chega e pergunta: “Então ainda não foram assaltadas?”. Há uma…

Acaba de publicar Rui Unas Nascido e Criado na Margem Sul. Por que decidiu escrever este seu primeiro livro?

Tudo começou com um convite da editora, há uns seis anos. E, à falta de melhor ideia, com a aproximação dos 40 anos ocorreu-me fazer uma autobiografia, mas falsa, para ter graça. Uma dose de ficção com uma dose de verdade, assinalando uma data na minha vida. Fui escrevendo ao ritmo da minha disponibilidade e do chicote da editora que me dizia: ‘Tens que acabar esta fase, tens que acabar a infância, tens que acabar a adolescência’.

Até que ponto a história é verdadeira?

Cabe ao leitor descobrir o que é verdade, o que é mentira, o que é completamente ficcionado, o que são os estereótipos da Margem Sul que eu aproveitei – o de que é um sítio muito violento, por exemplo. Mas há muitos dados, situações e locais, nomeadamente esta praceta, que são verdadeiros.

É verdade que o Carlos Pinto Coelho, autor e apresentador do Acontece, foi seu professor? É verdade que a Catarina Furtado ficou com um fraquinho por si quando o entrevistou para o programa Noite de Sonho, nas sua primeira aparição em televisão?

A história do Carlos Pinto Coelho é completamente verdade. E a primeira vez que apareci na televisão foi exactamente com a Catarina Furtado e está no YouTube e é notório que, como digo no livro, ela ficou muito perturbada comigo, que era, na altura, o perfeito exemplar de um totó de Agronomia [risos]. O leitor pode formar a sua opinião. Neste caso é só ir ao YouTube, é fácil.

Como foi a sua experiência no jornalismo?

A minha origem profissional é muito séria. Tirei um curso na Escola Técnica de Imagem e Comunicação [ETIC]. O Carlos Pinto Coelho foi meu professor, gostou muito de mim e convidou-me para a equipa do Acontece . E foi interessantíssimo trabalhar sob a alçada do Carlos Pinto Coelho, que era uma alçada muito poderosa, muito disciplinadora. E pouco a pouco é que comecei a ir para o lado negro da força. Comecei a fazer coisas da minha autoria.

O jornalismo cultural, percebe-se no livro, não era das coisas que mais o entusiasmava…

Não me sentia particularmente à vontade. Para um miúdo de 20 anos, fazer coisas de cultura era difícil. Mas era muito estimulante, abria-me horizontes, aprendia coisas novas.

Diz que a disciplina do Acontece serviu-lhe para depois mesmo na ‘palhaçada’ ser rigoroso.

Sem dúvida. Essa disciplina e rigor incutidos pelo Carlos Pinto Coelho ficaram e foram muito úteis. Foi uma base que me marcou para a vida.

E de que maneira a Margem Sul o marcou?

Não sei exactamente o que me marcou, porque a Amora, onde cresci, é suficientemente perto e suficientemente longe de Lisboa. Provavelmente não trabalharia em televisão se estivesse mais longe.

O que é a Margem Sul?

Há pessoas que pensam que a Margem Sul é um sítio, mas são vários sítios muito diferentes. Há uma mística à volta da Margem Sul. Há um denominador comum, que é a ponte. Meio a brincar meio a sério – há um espírito de sacrifício característico dos margem-sulenses por terem de atravessar a ponte. As oportunidades estão do outro lado do rio. Acredito que isso cria algum calo. São pessoas um bocadinho mais difíceis de deitar abaixo. Os margem-sulenses e eu próprio brincamos com os estereótipos, mas no essencial acho que não somos assim muito diferentes do resto dos portugueses.

O Rui brinca muito com a ideia de ser uma zona de grande criminalidade…

E nunca fui assaltado.

Acaba de destruir um mito…

Só tive uma abordagem que configurava uma situação de pré-assalto. Tinha para aí uns 16 anos. Esqueci-me de contar isto no livro. Vinha da casa de um dos meus sócios da produtora, era para aí meia-noite, e ele deu-me uma espécie de baioneta, uma coisa entre a espada e a faca. Um grupo acercou-se mas quando a malta se apercebeu que eu tinha aquilo na mão não fizeram nada. Nem cheguei a parar.

Cresceu aqui, estudou aqui…

Grande parte da minha infância foi vivida cá fora, nesta praceta. Era muito comum as mães serem donas de casa e nós estávamos na rua mas sempre debaixo de olho. E depois estudei nas escolas aqui à volta.

Como foi a sua adolescência?

Como todas: problemática, cheia de complexos, de borbulhas na cara. Nessa altura, claramente já dava sinais que deveria ir para algo ligado ao entretenimento. Na escola era o mais dinamizador das actividades ligadas à comunicação social, tinha um núcleo de rádio e televisão, era o apresentador de serviço das actividades, era sempre o engraçado da turma.

Não ia para médico.

Cheguei a pensar ir para Enfermagem ou Fisioterapia. O meu pai queria que eu fosse médico. Estudei na área de Saúde e cheguei a preencher os folhetos para Fisioterapia. Entretanto, com 17 anos, entrei na Rádio Seixal e aí percebi: ‘É isto que eu quero fazer’.

Como entrou na rádio?

Mero acaso. Participei num concurso promovido pela Rádio Seixal no Centro Comercial da Amora, onde depois viria, curiosamente a estar sediada a Sygma 3, que é a minha produtora e dos meus sócios. Ganhei o concurso e disse ao locutor: ‘ Sou seu colega porque trabalho na rádio da escola’. Ele deixou-me um cartãozinho, fui lá fazer testes e fiquei. Jamais tinha pensado fazer carreira na comunicação social.

Fazia o programa da manhã e as noites.

Fazia das 10h às 13h e, a determinada altura, uma vez por semana a madrugada.

É verdade, como diz no livro, que enquanto passava música mantinha conversas eróticas com as ouvintes que lhe telefonavam e chegou a marcar encontro com uma senhora de botas vermelhas?

Será? Não posso contar tudo! Isso é parte verdade, parte mentira. Não sei, não posso revelar…

Depois começou a ter a certeza de que queria continuar na rádio.

Desde o princípio, o meu sonho maior era trabalhar numa rádio nacional. Cheguei a ter uma reunião com a directora de recursos humanos da Rádio Renascença, já tinha feito os testes todos, e ela apercebeu-se claramente que eu era pouco católico. OK, na versão contada no livro exagero um bocado nos pormenores…

Não iria a missas.

Pois. Não iria.

E a partir daí?

Trabalhei numa rádio local em Almada, passei um Verão a trabalhar na rádio numa roulotte estacionada na Costa da Caparica, ao lado do antigo Barbas. E, entretanto, eu e uns amigos criámos a Sygma 3.

Continuam os mesmos sócios até agora? A certa altura houve um conflito de egos.

Sim, era uma fase de crescimento, uma coisa normal, éramos muito novos, teríamos à volta dos 20 anos. Foi nessa altura que decidi fazer uma viagem a Cabo Verde.

Que seria fundamental na sua vida.

Até ir a Cabo Verde a minha relação com a comunidade africana era inexistente. Na minha infância e adolescência não havia muita mistura. Ouvíamos falar dos gangues dos africanos. Não digo que fosse racista, mas tinha preconceitos. E foi depois de ir a Cabo Verde que abracei por completo a cultura africana [risos]. Frequentei muito discotecas africanas e tive namoradas africanas.

Continua a frequentar essas discotecas?

Agora menos porque sou uma pessoa casada. E sou muito mais regrado nas minhas saídas à noite.

Diz-se que é professor de kizomba.

Amador. Dou aulas à minha mulher e a algumas amigas.

Quando criaram a produtora foi para fazer o quê?

Estreámo-nos a fazer um programa chamado Alta Voltagem, ainda estava no Acontece. Os meus sócios negociavam com a RTP um programa criado especificamente para jovens, enquanto eu estava um bocado mais afastado desse processo e mais descrente.

E trocou o Acontece pelo Alta Voltagem. Teve pena de abandonar o jornalismo?

Tive. Saí ao fim de um ano e meio, dois. Sentia-me vocacionado mas, ao mesmo tempo, sentia sempre que tinha um lado mais torcido e mais irreverente. Embora no Acontece fosse possível fazer peças mais criativas do que o que se fazia no Telejornal, por exemplo. O Carlos Pinto Coelho disse mais tarde que se perdeu um grande jornalista.

Voltou a encontrá-lo?

Sim, e uma das vezes com algum constrangimento. Não porque ele me tivesse repreendido, não chegou bem a isso. Disse-me que me viu a fazer uma figura na televisão de que não tinha gostado. Mas acabou por elogiar-me e dar-me os parabéns. Era claro que o meu caminho era outro.

Depois do Alta Voltagem as coisas foram fáceis?

Não, porque éramos só quatro e endividámo-nos bastante para comprar o equipamento para a produtora. Estivemos quatro ou cinco anos a pagar o investimento. O primeiro ano e meio do Alta Voltagem foi muito duro. Estávamos com aquele sangue na guelra de quem quer fazer tudo e não se importa de passar madrugadas sem dormir e de comer à pressa. Hoje já não teria energia para isso.

Como acabou o Alta Voltagem?

A RTP deixou de emitir não sei bem porquê. Mas depois surgiu logo outro projecto o 3 Mil Segundos, com a Rita Seguro. Acabámos um começámos logo outro, não ficámos desamparados. A seguir veio o Sub-26 que foi apresentado à RTP Internacional. Foi o meu primeiro programa em directo, ao domingo, e chegou a ser transmitido na RTP1. Foi uma experiência muito interessante porque estava a comunicar com as comunidades lusófonas.

Mas seria o Curto Circuito a marcá-lo.

Sim, porque antes eu estava muito moldado àquilo que achava que devia ser um apresentador. Vejo imagens minhas pré-Curto Circuito e não me reconheço. Como o Curto Circuito era um programa diário, de três horas, e muito interactivo, ali os formalismos iam à vida porque nós tínhamos que preencher o programa com qualquer coisa. Começou a vir o Rui reguila à superfície.

Esteve quanto tempo no ar?

Fiz dois anos e meio. Tinha 26 ou 27 anos quando saí e já no último ano não o queria fazer porque me sentia demasiado velho. Mas entretanto tinha sido a passagem para a SIC Radical e convinha que me mantivesse durante essa transição. Mas já sabia que ia arrancar com o Cabaret da Coxa.

O Cabaret da Coxa é que foi a revelação total do Rui Unas.

E senti-me um bocadinho vítima do excesso do programa. As pessoas colaram-me muito ao Rui Unas do ‘Cabaret’. E eu não sou nem tão obcecado por sexo nem tão desbocado.

Não é tão louco na vida real?

Não. Quando saía à noite as pessoas tinham muito a atitude ‘bora lá tomar uns shots’ e eu nem sequer bebo. Há um episódio que conto no livro, de que me embebedo ao microfone e fico soturno. Posso adiantar que esse episódio é mentira. E não bebo álcool porque não gosto, não me sinto confortável com a bebida e acho que daria um bêbedo depressivo. Já desde o Curto-Circuito as pessoas ficavam desiludidas porque pensavam que eu era o Rui maluco do Curto Circuito e não sou.

Portanto a sua loucura e veia humorística é trabalhada.

Sim, é trabalhada, mas não é forçada. Sai-me naturalmente, só que na minha vida real as pessoas não teriam paciência para me aturar – a minha mulher não teria paciência seguramente. Acho que quando comecei a fazer trabalhos como actor é que as pessoas perceberam que o Rui Unas da televisão também é uma personagem. É a personagem dele próprio.

Quem escreve o seu ‘boneco’?

A minha equipa de argumentistas, nomeadamente o Jorge Amaral, que é o meu compagnon de route desde o Alta Voltagem. E há também muita construção minha. Há um lado de mim que exploro mas que é empolado. Sou uma pessoa normal que tem como entertainer um registo um pouco louco.

Neste momento não é bem um entertainer, está mais lançado para outras coisas.

Estou a trabalhar mais como actor, com muita mágoa minha, porque serei sempre um actor mediano. Como actor é no registo cómico que me sinto mais à vontade. Mas tenho a certeza que é como entertainer que me destaco.

Gostaria de voltar ao Cabaret da Coxa?

Hoje estaria fora de contexto. Fez sentido naquele momento, para aquele canal.

Agora o Rui Unas é também muito conhecido pelas paródias na internet.

Uma das minhas valências presentemente é expressar-me ‘musicalmente’ na net com aquelas paródias. A net tornou-se uma plataforma de grande contacto com o meu público, que é um público muito activo nas redes sociais. Acredito que é uma bela forma de comunicação e, apesar de não me dar dinheiro nenhum, dá-me um grande gozo e é uma forma de me mater activo.

Como faz os vídeos?

O último que fiz, com a música ‘Não Me Toca’, do Anselmo Ralph, tive que o pagar eu, mas foi só as deslocações, almoços e jantares. O carro vermelho muito velhinho foi emprestado, nem conheço o dono. O reconhecimento dos locais foi feito pela produtora que trabalha na Sygma 3. Ela disse-me: ‘Olha, encontrei o sítio certo para fazeres a pensão’. Foi tudo feito num fim-de-semana.

Mas o sucesso dos vídeos não lhe dá nenhuma recompensa financeira?

Serve-me para manter o meu street credit. O crédito de rua. Posso não ser uma figura mainstream mas tenho uma margem de apoio na Margem Sul e na net. Tanto o ‘Margem Sul State of Mind’ [inspirado na canção da Alicia Keys ‘Empire State of Mind] como o ‘Não me Toca’ tiveram mais de um milhão de visualizações.

Isso é importante para alimentar a sua presença na televisão?

Não sei se o meu hype na net valida a minha actividade enquanto apresentador. Já provei que sei fazer muita coisa.

Sim, mas se calhar mantém o entusiasmo de algum público enquanto não está na TV.

Nas alturas em que estou mais activo na net é precisamente quando tenho menos coisas na televisão. Tenho que me manter activo para fugir às dúvidas e à depressão.

Tem dúvidas?

Bastantes. Cada vez menos, felizmente, mas passei por uma fase difícil. Agora estou numa fase tão boa na minha vida, em todos os quadrantes, que nem sinto o peso de entrar nos 40. A minha vida pessoal está óptima, tenho dois filhos maravilhosos, sou casado com a mulher que amo. Estou feliz. Em termos profissionais estou numa óptima fase, sinto-me reconhecido pelo público, respeitado pelos meus pares.

Está a gostar da experiência do Vale Tudo?

Muito. Chego a muito mais público e também aos miúdos. É muito compensador para mim haver crianças a reconhecerem-me e que me tratam como uma espécie de ídolo. Trato sempre com a maior simpatia as crianças que me abordam ou as pessoas na rua e no supermercado. Não me incomoda nada.

Está a fazer o Vale Tudo, a novela Sol de Inverno e a filmar uma série em Cabo Verde. Tem saudades de ter um talk show para fazer a sua personagem?

Claro que sim.

Também ficou célebre a sua passagem pela série Floribella. Como foi a fase negra pós-Floribella?

Coincidiu com a altura em que tinha feito um programa na SIC que era um jogo das malas chamado Pegar ou Largar. Há pouca memória desse programa, durou três meses e não correu bem. Era uma grande aposta da ‘era Penim’ para os sábados à noite. E eu senti que fui um pouco o bode expiatório daquele insucesso. Entretanto estava com contrato na SIC e um dia perguntaram-me se queria entrar na Floribella. Era uma série muito foleira e seria o tipo de coisa que jamais faria, à partida. Mas encontrei uma motivação. Pensei: ‘Espera aí, aqui está uma coisa que é completamente fora, vamos lá surpreender as pessoas!’. Ou seja fiz algo com que eu gozaria no Cabaret da Coxa. Estive uns meses na Floribella 2, portanto já na fase descendente. Entretanto, o Nuno Santos entrou na direcção de programas da SIC e prometeu-me um programa, acho que não fui o único a quem ele prometeu programas. Estive ali em stand by, nunca mais me chamavam. E eu pensei: OK, o que é que vou fazer? Fiz o Caça ao Cómico na Antena 3, e no Canal Q. E fiz teatro. Mas andava meio perdido, num estado de pré-depressão. Foi a minha pequena travessia no deserto.

Quanto tempo?

Não sei, uns largos meses. Fiz teatro com o Diogo Morgado, a Pedra nos Bolsos, no Teatro da Malaposta, e entretanto aprofundámos a nossa amizade. E entrei na novela Podia Acabar o Mundo.

O que pôs fim ao período negro?

Quando me chamaram para o Vale Tudo, a primeira temporada.

Sentiu que podiam não o voltar a convidar para a televisão?

Às tantas despreocupei-me com isso.

Foi nessa altura que começou a fazer vídeos para a net?

O ‘Margem Sul State of Mind’ foi feito para a Última Ceia, na SIC Radical. Teria sido visto por pouquíssimas pessoas se os fãs da Diana Piedade [a finalista do Ídolos que faz de Alicia Keys] não o tivessem posto na net. Foi inesperado, mas muito engraçado. Tornou-se um hino. O ‘Eu não quero sair’ , adaptado do ‘Não me Toca’, do Anselmo Ralph, já é uma coisa exclusivamente minha. Nunca passou na televisão, foi produzido de propósito para a net.

E entretanto já fez mais algum?

Sim, ainda não foi mostrado. E esse esperamos que seja viral, tem a ver com o mundial e tem mais pessoas conhecidas envolvidas. E não posso dizer mais nada. E já há uma ideia de outra coisa minha que espero que seja viral também, embora a ‘virulência’ digital seja difícil de prever. Há uma série de factores. O ‘Eu Não Quero Sair’, tinha a certeza que ia ser viral.

Tinha duas coisas muito importantes. Uma música muito conhecida e uma paródia ao Pedro Passos Coelho.

Pronto. Tinha a graça de ser uma versão rasca da música fortíssima do Anselmo Ralph.

Não é possível ganhar dinheiro com isso…

Com estes não posso porque não tenho os direitos das músicas, mas é possível ganhar dinheiro a partir de muitas visualizações.

Sente que influencia algum tipo de humor?

Seria muito presunçoso pensar isso. Eu faço a minha cena, OK?

E inspira-se em alguém?

Conscientemente, não. Mas não invento nada, o facto de ter vivido aqui influenciou o meu humor, tal como as pessoas com quem fui crescendo, os ‘hermans’ que vi enquanto puto, as pessoas de muita qualidade com quem fui trabalhando ao longo da vida. Quais as pessoas determinantes? O Herman sem dúvida. Mas o Herman influenciou toda a gente.

Que objectivos tem para a televisão?

Estou mais empenhado em fazer coisas na net, é só ter mais tempo disponível. É uma dificuldade acrescida o facto de sermos um país com uma dimensão pequena.

E consegue tornar isso um modo de vida?

Não sei. Há dez anos o Facebook não existia. Daqui a poucos anos a internet terá mais poder e mais influência e eu espero estar já lá. Tal como estive na altura da televisão por cabo. Fui a primeira estrela da cabo em Portugal e espero estar muito instalado na net quando ela crescer mais ainda como meio de comunicação audiovisual.

telma.miguel@sol.pt