Monica Lewinsky quebra o silêncio

Depois de um silêncio de dez anos, a estagiária da Casa Branca que se envolveu com o presidente Bill Clinton, em 1997, fala sobre o relacionamento à revista Vanity Fair.

Monica Lewinsky quebra o silêncio

‘É tempo de queimar a boina azul e enterrar o vestido azul’, afirma Monica Lewinsky, agora com 40 anos. A boina azul ficou conhecida depois de a antiga estagiária ter sido fotografada a usá-la enquanto abraçava o presidente e o vestido azul refere-se à roupa onde foram encontrados vestígios de ADN de Clinton.

‘Arrependo-me profundamente do que aconteceu entre mim e o presidente Clinton’, diz ainda no artigo que escreveu, acrescentando que está ‘determinada em dar um final diferente a esta história’ e ‘dar sentido ao passado’.

Ainda assim, Lewinsky – na altura com 23 anos – garante que a relação foi consensual apesar das humilhações por que passou quando o escândalo rebentou terem deixado marcas para o resto da vida: ‘Claro, o meu chefe aproveitou-se de mim mas mantenho-me firme neste ponto: foi um relacionamento consensual. Qualquer tipo de ‘abuso’ veio depois, quando me transformaram em bode expiatório de modo a proteger a sua posição poderosa’.

Depois do escândalo, a ex-estagiária diz que recusou ofertas que a fariam 'ganhar mais de 10 milhões de dólares' porque não lhe 'parecia ser a coisa certa a fazer’. Segundo a CNN, Lewinsky esteve sempre nos média nos anos que se seguiram: em 1999, lançou uma colecção de malas, no ano seguinte apareceu em anúncios. Em 2002 apareceu num programa na HBO sobre o relacionamento com o ex-presidente e no ano seguinte, apresentou um reality-show sobre namoros.

Em 2005, Lewinsky mudou-se par Londres para tirar um mestrado em psicologia social na London School of Economics e desde então, que deixou de aparecer na comunicação social.

Arranjar emprego também foi um problema. Candidatou-se a várias posições ligadas à comunicação mas ‘devido ao que os potenciais empregadores se referiam como a minha ‘história’’, nunca era ‘a pessoa certa. Em alguns casos, era a pessoa indicada pelas razões erradas, onde me diziam ‘Claro que o trabalho requer a sua presença em eventos.’ E claro que nesses eventos estava a comunicação social’.

Em resposta a Hillary Clinton, mulher do presidente que se referiu a Lewinsky como uma ‘narcisista lunática’ numa carta enviada à amiga Diane Blair, a antiga estagiária afirma ‘que se essa foi a pior coisa que ela disse, tive muita sorte’.

Quantos aos motivos que a levaram a escrever este artigo, depois de uma década em silêncio, Monica Lewinsky afirma que decidiu partilhar a sua história para ajudar os outros e admite que teve algumas tendências suicidas, apesar de nunca ter ido feito uma tentativa.

SOL