Scolari provoca a maior revolução na selecção do Brasil em 64 anos

Luiz Felipe Scolari anunciou nesta quarta-feira os convocados para o próximo Mundial (a realizar entre 12 de Junho e 13 de Julho). É uma das tarefas mais árduas da vida de um seleccionador, ainda para mais se for brasileiro e jogar a “copa” no Brasil, já o disse uma vez o técnico sul-americano.

Scolari provoca a maior revolução na selecção do Brasil em 64 anos
 

“Foi mais fácil definir os convocados agora”, contou agora Felipão, antigo seleccionador de Portugal que brilhou ao levar a selecção portuguesa à final do Euro 2004, saindo derrotado ante a Grécia (0-1).

Scolari, que já se sagrou campeão mundial pelo Brasil em 2002, manteve praticamente o grupo que conquistou em 2013 a Taça das Confederações, com uma vitória na final sobre a Espanha, campeã mundial e europeia em título, por 3-0.

Na lista, a surpresa é a inclusão do defesa central do Nápoles Henrique – o técnico brasileiro chamou-lhe a maior dúvida da lista. Antes, já tinha anunciado previamente o nome de oito dos convocados, os quatro "capitães" Thiago Silva, David Luiz, Júlio César e Fred, bem como Paulinho, Ramires, Willian e Óscar, tendo ainda deixado entender que Neymar seria presença certa.

Para Neymar foi o “realizar de um sonho de criança”. Para Robinho – o único com direito a cromo na caderneta da Panini que falhará a convocatória – terá sido um pesadelo, igual ao que terá passado Romário em 2002, quando Scolari fez ouvidos de mercador à onda popular que pedia a inclusão do antigo avançado.

"Naquela noite, em 2002, tive de improvisar, sabia que não seria bem recebido. Então dormi em outro hotel. Nesta terça, não. Não precisei fazer isso. Caminhei na Barra. Foi tudo normal. É uma situação mais tranquila que naquela oportunidade, sei que uma ou outra convocação não vai ser do agrado de todos, mas foi mais tranquilo. Acho que pelo que fizemos neste ano, foi mais fácil", afirmou o treinador, citado pelo “Estadão”.

A maior revolução desde 1950

Em 1950 o Brasil apanhou o maior desgosto da sua vida futebolística. Tão grande que ainda hoje perdura nos mais velhos e é passado aos mais novos. A derrota na final do Maracanã frente ao Uruguai por 1-2 foi um trauma. Agora, o Brasil volta a jogar em casa, os fantasmas voltam.

 

A gora, a selecção brasileira luta pelo hexacampeonato e a ficou desde já marcada pela maior renovação dos últimos 64 anos na equipa nacional. Da lista final de Scolari apenas cinco jogadores –  Julio Cesar, Daniel Alves, Maicon, Ramires e Thiago Silva – jogaram o Mundial de 2010, na África do Sul. 

Lista de 23 convocados:

Guarda-redes:

Jefferson (Botafogo), Júlio César (Toronto) e Victor (Atlético Mineiro);

Defesas:

 Dani Alves (Barcelona), Dante (Bayern Munique), David Luiz (Chelsea), Henrique (Nápoles), Maicon (Roma), Maxwell (PSG), Marcelo (Real Madrid) e Thiago Silva (PSG);

Médios:

Fernandinho (Manchester City), Hernanes (Inter Milão), Luiz Gustavo (Wolfsburgo), Óscar (Chelsea), Paulinho (Tottenham), Ramires (Chelsea) e Willian (Chelsea);

Avançados:

 

Bernard (Shakhtar), Fred (Fluminense), Hulk (Zenit), Jô (Atlético Mineiro) e Neymar (Barcelona).

SOL