Sessenta mil árvores removidas do Pinhal de Leiria

Mais de 60 mil árvores da Mata Nacional de Leiria, que ocupa dois terços do concelho da Marinha Grande, tombadas pelo temporal de Janeiro de 2013, foram removidas, revelou o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF).

Numa resposta escrita enviada à Lusa, o ICNF informa que até quarta-feira "foram removidas 62.724 árvores tombadas pelo temporal", estimando-se "em menos de 400 as árvores tombadas a aguardar remoção".

Segundo o ICNF, a conclusão deste trabalho está prevista para "meados deste mês".

Esta situação foi uma das preocupações manifestadas pelo presidente da Câmara da Marinha Grande e pelo comandante dos Bombeiros Voluntários locais.

Em abril do ano passado, três meses após o temporal, o presidente do município, Álvaro Pereira, alertou para a existência de "mais de 100 mil árvores" tombadas na mata nacional, área do domínio privado do Estado com 11 mil hectares.

Esta semana, Álvaro Pereira alertou que "ainda há muitas árvores no chão" que "podem provocar um difícil acesso a zonas onde haja incêndios".

O ICNF salientou que "desde o temporal de Janeiro de 2013 foi dada prioridade à regularização dos danos causados" pela intempérie, porque, "quer tecnicamente, quer do ponto de vista florestal, era essa a melhor opção a tomar".

O comandante dos Bombeiros Voluntários da Marinha Grande, Vítor Graça, adiantou que as informações partilhadas com a corporação dão conta de que "as únicas intervenções realizadas desde a última época de incêndios se prenderam com a limpeza das árvores caídas no temporal", trabalho que considera "manifestamente insuficiente".

Segundo Vítor Graça, "existem demasiadas zonas necessitadas de uma intervenção de limpeza", admitindo que esta situação é de "difícil compreensão, pois as matas nacionais geram valor suficiente para estas intervenções, em que se minimizará o risco de se perder o que existe no terreno, maximizando lucros futuros".

O ICNF contrapõe que "os critérios que presidem à gestão da Mata Nacional de Leiria são técnicos e bem abalizados" e que o Pinhal do Rei, como também é designado, devido ao facto de ter sido D. Dinis a promover a sua sementeira, "é uma referência nacional e internacional, estudada e citada frequentemente pela academia na formação técnica e científica de profissionais neste domínio".

Lusa/SOL