Guarda ucraniana dispara sobre multidão

Homens armados identificados como pertencendo à guarda nacional ucraniana abriram fogo sobre uma multidão que se reunira junto a uma câmara municipal no leste da Ucrânia. O líder dos separatistas da região afirmou que dos disparos resultaram mortes.

Guarda ucraniana dispara sobre multidão

O derramamento de sangue na cidade de Krasnoarmeisk ocorreu horas depois de dezenas de homens armados terem interrompido a votação de um referendo sobre a autonomia da região.

Um fotógrafo da Associated Press que testemunhou o tiroteio disse ter visto duas pessoas inanimadas no chão e a agência de notícias russa ITAR –Tass citou o líder dos separatistas Denis Pushilin, que afirmou haver um número indeterminado de mortes.

Algumas horas antes do tiroteio, os homens chegaram à cidade localizada a cerca de 30 quilómetros da capital regional, Donetsk, dispersaram quem participava no referendo regional na câmara municipal e tomaram o edifício. Mais tarde, chegaram mais homens que depois se envolveram em conflitos com as pessoas que estavam reunidas junto do edifício. De seguida, dispararam.

Uma série de vídeos sobre o incidente foram colocados no YouTube. Um dos vídeos mostra vários homens armados com AK-47s gritando para a multidão: "Vão para casa, saiam daqui". Um deles engatilha a arma e, segundos depois, um homem sai da multidão e aproxima-se de outro atirador, também armado por uma AK-47, dirigindo-lhe a palavra. O atirador dispara um tiro de aviso sobre a sua cabeça, mas o homem continua a aproximar-se. É nesse momento que é atingido por uma bala e cai no chão, sangrando de uma perna.

O vídeo, filmado por uma testemunha do confronto, foi autenticado com base em relatos de jornalistas AP no local.

Desde o mês passado que o leste da Ucrânia está dominado pela agitação, depois de separatistas pró-Rússia terem ocupado postos de polícia e prédios do governo. As forças ucranianas montaram uma ofensiva limitada para tentar expulsá-los.

Este domingo as regiões ucranianas de Donetsk e Luhansk realizaram um referendo sobre a autonomia das regiões.

AP/SOL