Directora do The New York Times despedida

O administrador do The New York Times esclareceu hoje que a antiga directora do jornal, Jill Abramson, foi despedida por divergências relativamente à gestão e não devido ao seu salário, como foi noticiado.

"A compensação não teve qualquer papel na minha decisão de que a Jill não podia continuar como directora", escreveu Arthur Ochs Sulzberger num email enviado esta tarde aos funcionários do jornal, a que a Lusa teve acesso.

No email, Sulzberger disse estar "preocupado com a informação errada que tem circulado nos media desde que a partida da Jill foi anunciada."

Vários meios de comunicação noticiaram que Jill Abramson teria descoberto que o seu salário era inferior ao do seu antecessor, Bill Keller, e que o mal estar causado por esse facto estava na origem do seu afastamento.

"A razão – a única razão – para esta decisão foram as minhas preocupações em relação a alguns aspectos da gestão da redacção por parte da Jill, [preocupações] que já lhe tinha deixado claras, tanto cara a cara como na minha avaliação anual", escreveu o administrador.

Sulzberger explica que "não é simplesmente verdade que a compensação da Jill fosse significativamente inferior à dos seus antecessores" e adianta que em 2013 o seu salário total foi mesmo 10 por cento superior à compensação total recebida por Bill Keller em 2010, o seu último ano à frente do jornal.

O gestor conclui garantindo que a companhia "está profundamente comprometida num tratamento igual para todos os seus funcionários, independentemente do género, raça, etnia, idade, orientação sexual e qualquer outra característica."

O The New York Times substituiu ontem Jill Abramson pelo editor Dean Baquet, que se tornou no primeiro afro-americano a ocupar aquele posto de chefia.

Jill Abramson foi nomeada directora do jornal em 2011, tendo liderado a publicação durante a transição para o digital.

"Passámos com sucesso a fronteira do digital e inventámos novas formas de contar histórias", refere Jil Abramson num comunicado, citado pela Agência France Presse, no qual confirma a sua substituição na direcção do jornal.

Antes de ocupar o cargo, Jill Abrasom, de 60 anos, tinha sido repórter no Wall Street Journal e chefiado a delegação de Nova Iorque do Times Washington.

O substituto de Jill Abrasom, Dean Baquet, é um jornalista de 57 anos, que foi editor no The Los Angeles Times.

"É uma honra ser convidado a liderar a única redacção do país que está melhor agora do que há uma geração, uma redacção que tenta aproximar-se do mundo todos os dias com ambição e admiração", afirmou.

Lusa/SOL