Meo Out Jazz em risco

A falta de civismo está a pôr em causa a continuidade de um dos festivais de música mais acarinhados pelos lisboetas. O aviso é feito pela organização do evento, que explica que o botellon e o lixo trazem custos insuportáveis que podem impedir a continuação do Meo Out Jazz.

As garrafas trazidas de fora do festival e o lixo deixado nos jardins onde acontecem os concertos estão a tornar-se numa dor de cabeça para os organizadores do Meo Out Jazz, que põem mesmo a hipótese de acabar com o evento ou de começar a cobrar entradas, para que deixe de ser gratuito.

“O botellon que vem de fora não ajuda a pagar os músicos nem os DJs”, escreve José Filipe Rebelo Pinto, que se apresenta na página de Facebook do Meo Out Jazz como um dos organizadores dos festivais de música ao ar livre que animam os jardins de Lisboa durante o Verão.

José Filipe Rebelo Pinto diz que além de pôr em causa as receitas do evento ao trazer bebidas compradas noutro lugar, o público que frequenta os espectáculos tem deixado os jardins com tanto lixo que o esforço feito pela organização para limpar tudo está a começar a ser incomportável.

“Isto é insustentável para a organização e uma falta de respeito enorme por parte daqueles que o fazem, pois estão a “matar” o evento”, lê-se no post do Facebook.

“O custo em limpeza está quase a chegar próximo ao custo pago em músicos”, revela o organizador, que apela a quem quer manter os concertos gratuitos para que cumpra e faça cumprir regras de civismo nos eventos. 

“Sugeria que aqueles que gostam do Meo Out Jazz nos ajudem a passar a mensagem e que defendam aquilo que é de todos nós. No dia seguinte ao evento existem outras pessoas que frequentam os jardins e não tem culpa da falta de civismo por parte de alguns utilizadores do Meo Out Jazz”, escreve José Filipe Rebelo Pinto.

A segurança ou a falta dela é outro dos problemas apontados pelo produtor que conta que a organização teve ainda este fim-de-semana que suportar os custos do furto de equipamento avaliado em mais de dois mil euros.

“Na semana passada até um gerador tentaram roubar, o que significa que mais custos em segurança vamos ter de alocar ao evento”.

“Só poucos sabem qual o esforço de toda uma equipa para que o Out Jazz se mantenha vivo. Há quem pense que os patrocinadores é que têm de pagar tudo mas as coisas não funcionam dessa forma”, explica no post.

Face a tantos problemas, José Filipe Rebelo Pinto deixa um pedido: “Se gostam do evento contribuam no mínimo com algo muito importante, o civismo”.

margarida.davim@sol.pt