Portugal financia-se em 1.000 milhões de euros a 12 meses

Portugal colocou hoje 1.000 milhões de euros em Bilhetes de Tesouro (BT) a 12 meses à taxa de 0,617%, superior à de 0,597% paga no anterior leilão para esta maturidade em Abril, foi anunciado. 

Além dos BT a 12 meses, Portugal também colocou 250 milhões de euros a três meses à taxa de 0,432%, inferior à de 0,462% do anterior leilão para esta maturidade realizado em Fevereiro. 

Segundo a página do IGCP, agência que gere a dívida portuguesa, foram colocados hoje 1.000 milhões de euros a 12 meses a uma taxa de 0,617% e a procura atingiu 1.752 milhões de euros, 1,75 vezes superior ao montante colocado.

Para a emissão de BT a três meses, a procura atingiu 1.415 milhões de euros, ou seja, 5,66 vezes superior ao montante colocado. 

No anterior leilão de BT a 12 meses, realizado a 17 de Abril, foram colocados 925 milhões de euros de BT a uma taxa de juro de 0,597% e a procura atingiu 1.455 milhões de euros. 

Em relação ao anterior leilão de BT a três meses, este realizou-se a 19 de Fevereiro, quando foram colocados 250 milhões de euros à taxa de 0,462%. Para este leilão a procura atingiu 1.565 milhões de euros. 

O IGCP tinha anunciado a realização destes dois leilões de dívida de curto prazo com o objectivo de se financiar num montante entre 1.000 e 1.250 milhões de euros.

Os leilões fazem parte do calendário de financiamento do IGCP – Agência da Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública.

No final de Março, o presidente do instituto, Moreira Rato, disse no parlamento que a 'almofada' financeira prevista para 2014 era de sete mil milhões de euros, mas que esperava conseguir uma reserva maior, afirmando que "o que pode fazer sentido" para este ano é ter "uma 'almofada' à volta de 10 mil milhões de euros".

Em Abril, Portugal fez o primeiro leilão de dívida de longo prazo sem recurso a sindicato bancário desde 2011, tendo colocado 750 milhões de euros em Obrigações do Tesouro.

O director da Gestão de Activos do Banco Carregosa, Filipe Silva, afirmou que as variações nas taxas de juro dos leilões de hoje foram "muito pequenas, quer a descida nos 3 meses, quer a subida nos 12 meses, são quase insignificantes".  

"A maior pressão nos juros da dívida a 10 anos dos últimos dias, que foram acima dos 4%, mas hoje já desceram, não teve qualquer influência" nos leilões de BT de hoje, disse, defendendo que "Portugal continua a apresentar um binómio risco/retorno muito interessante para os investidores, o que justifica a elevada procura".  

"Os leilões correram com normalidade o que, tratando-se de BT (dívida de muito curto prazo), não é grande surpresa", concluiu.

Lusa/SOL